Tem coisas que só acontecem com o Botafogo. Certamente você já ouviu essa frase — e sabe que, por muito tempo, ela esteve ligada a um histórico recente de fracassos, resultados inesperados, derrotas sofridas e malogros inacreditáveis. Mas, a partir da vitória espetacular sobre o PSG, 1 a 0, com gol de Igor Jesus, na segunda rodada do Super Mundial de Clubes, é preciso abrir espaço para uma revisão nesse estereótipo do catastrofismo. É hora de incluir, nesse contexto filosófico e sentimental da frase, façanhas como a vivida pelos botafoguenses na noite desta quinta-feira, nos Estados Unidos.
Seja um parceiro comercial do The Football
Sim, porque não estamos falando de uma vitória qualquer, contra um adversário qualquer. Do outro lado estava simplesmente o atual campeão da Champions League — o mesmo que, até outro dia, era apontado como o maior favorito ao título do Mundial por conta de sua estreia avassaladora contra o Atlético de Madrid, no chamado “grupo da morte”.

Mais do que garantir a classificação para a próxima fase da competição com uma rodada de antecedência, o que se viu na partida foi uma afirmação histórica. Uma vitória que consolida o processo de reconstrução do passado de glória do clube de General Severiano. O Glorioso Botafogo, que vinha num renascimento contínuo, parece agora redivivo no contexto do futebol mundial.
O Botafogo tem uma ideia
Se fizermos um recorte dos últimos dez anos — para não irmos tão longe no memorial de desgraças em preto e branco —, encontraremos um Botafogo no fundo do poço, atolado em dívidas, insucessos esportivos, insolvência administrativa e com zero perspectiva de futuro. A passos largos, o clube caminhava para o abismo, ameaçado de se tornar um mero coadjuvante no cenário do futebol brasileiro.
Mas as coisas mudaram. Os dois últimos anos foram de muitas conquistas — dentro e fora de campo. Engana-se, porém, quem acredita que a senha que abriu a porta do renascimento tenha sido apenas o aporte financeiro de John Textor, um milionário que gosta de brincar de dono de clubes pelo mundo. Além dos cifrões — que obviamente ajudaram — há por trás disso tudo um projeto. Uma ideia. Um trabalho de várias frentes, hoje sintetizado na figura da SAF que comanda a gestão do clube.
Orgulho para o futebol brasileiro
Mas foi mais do que isso. O futebol também se constrói de coisas que têm valor intangível. Como o peso da camisa listrada. O simbolismo da estrela solitária. A paixão do torcedor. A história viva nas arquibancadas, nas lembranças e na alma alvinegra. São todos componentes que devem ser levados em conta e colocados na balança quando, injusta e jocosamente, se diz por aí que “tem certas coisas que só acontecem com o Botafogo”.
Pois o que se viu ao fim da partida contra o PSG, com jogadores abraçados em campo como quem sai vitorioso de uma guerra, nos dá a certeza de que o Botafogo está renascido.
SIGA THE FOOTBALL
Facebook
Instagram
Linkedin
Threads
Tik Tok
A estrela que todos carregam no peito, junto ao coração, voltou a brilhar no céu do futebol brasileiro. E voltou a honrar as tradições traçadas pelas pernas tortas de Mané Garrincha, pelas arrancadas de Jairzinho, pela elegância de Nilton Santos, pela inteligência de Gerson, pela garra de Brito, pela ginga de Amarildo, pelos gols de Quarentinha, pelo espírito vencedor de Zagallo. O Botafogo pode até não ser campeão mundial. E é provável que não seja. Mas não poderá mais ser vítima de zombarias. Nem de desrespeito.