O Super Mundial de Clubes da Fifa promete espetáculo e concorrência global. Mas a grande pergunta para o futebol brasileiro soa como uma provocação: ainda existe espaço para furar o bloqueio europeu? A propósito, The Football vai cobrir o Mundial.

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Desde que o Corinthians venceu o Chelsea em Yokohama, em 2012, nenhum clube sul-americano sequer tocou o troféu do Mundial da Fifa. O que veio depois foi uma hegemonia avassaladora dos europeus, com elencos milionários, alta rotação física e uma cultura tática que se distancia cada vez mais da realidade do futebol praticado no continente americano.

Flamengo é um dos melhores times do Brasil, mas tem condições de enfrentar os europeus do Mundial? / Flamengo

Agora, com a criação do Super Mundial de 2025 — um torneio inchado, com 32 clubes e formato de Copa do Mundo —, a distância pode aumentar ainda mais. Ou, quem sabe, abrir uma brecha inesperada.

Corinthians ganhou em 2012

Desde 2012, os clubes europeus venceram todas as edições do Mundial, mantendo uma média de gols superior a 2,5 por jogo e praticamente não cedendo espaço nas finais — um retrato do abismo técnico e estrutural que separa os continentes.

A nova configuração do torneio é ambiciosa: serão fases de grupos, mata-mata, calendário de um mês e exposição global. Na teoria, mais clubes envolvidos significam mais chances de surpresa. Mas basta olhar para a história da própria Copa do Mundo de seleções para relativizar esse otimismo.

Em 22 edições, apenas oito países foram campeões. E nenhum deles fora do eixo das grandes potências. Mesmo os times que encantam ou surpreendem momentaneamente acabam parando nos velhos donos do jogo. A tradição pesa. O peso da camisa ainda é um fator determinante em torneios assim.

Flamengo e Palmeiras

A pergunta então se desloca: um time brasileiro ainda pode ser campeão mundial no cenário atual? E mais: esse novo modelo amplia ou reduz nossas chances? A resposta depende do quanto se acredita em exceções. Flamengo e Palmeiras, os dois clubes brasileiros mais estruturados do momento, têm elencos respeitados, mentalidade competitiva e experiência internacional. Não partem como favoritos, claro. Mas, se existe algum representante capaz de enfrentar um Manchester City ou um Real Madrid com dignidade, são eles.

Palmeiras tem uma equipe organizada e eficiente e conta com o talento de Estêvão no Mundial da Fifa / Palmeiras

O Fluminense, com sua queda recente de desempenho e agora sob o comando de Renato Gaúcho, chega em busca de reconstrução. O Botafogo, que empolgou o país em boa parte do último Brasileirão, também está em reconstrução e tenta consolidar uma identidade dentro de campo que sustente a ambição fora dele.

Em termos frios, os quatro representantes do Brasil terão de nadar contra a corrente. O Mundial de 2025 não será decidido por surpresas momentâneas. Vai exigir consistência, intensidade e, principalmente, lastro — físico, técnico e institucional.

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E talvez aí resida a verdadeira provocação: se o futebol global caminha para um modelo cada vez mais fechado entre superclubes europeus, que espaço resta para quem vem de fora? O Mundial, que nasceu como símbolo da pluralidade e da chance de todos, corre o risco de se tornar apenas uma extensão da Champions League em cenário neutro.

Mesmo assim, a mística do jogo resiste. Em 2012, o impossível aconteceu. E enquanto houver camisa pesada, torcida apaixonada e um pouco de caos no caminho, o Brasil sempre terá o direito de sonhar. Resta saber se alguém conseguirá reescrever a história — ou se o Mundial virou apenas mais uma Champions disfarçada.

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