Diz a lenda que a posição de goleiro é tão ingrata que, onde ele pisa, nem grama nasce. Mas Fábio desmente a maldição com técnica, precisão e nervos de aço. Aos 44 anos, o camisa 1 do Fluminense desafia a lógica do tempo e segue colecionando defesas e reverência, como quem faz do peso da idade um aliado — e não um algoz. Experiência é ouro na vida de qualquer goleiro.
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Na noite em que o Fluminense segurou o 0 a 0 contra o Mamelodi Sundowns, pela terceira rodada do Mundial de Clubes da Fifa nos Estados Unidos, Fábio viveu mais uma jornada de protagonismo. Mais uma vez ele impediu a derrota e, por consequência, a eliminação precoce do Tricolor.

Foram pelo menos três grandes defesas — daquelas em que o goleiro não só cumpre seu papel, mas muda o destino da partida. No fim das contas, foi ele quem salvou o campeão da Libertadores de 2023 do vexame.
Fábio perto de recordes
Esse jogo, porém, não foi apenas mais uma atuação sólida de Fávio. Foi também o palco de um feito histórico. O goleiro chegou a 507 partidas sem sofrer gols, superando o lendário Gianluigi Buffon, que parou em 506. Um marco simbólico e técnico: Fábio agora é o goleiro com mais “jogos limpos” (para usar um tema da moda) na história do futebol mundial. Um recorde que não se conquista por acaso. Nem com pouco trabalho.
Além disso, outro feito ainda maior se avizinha. Com 1.376 partidas oficiais na carreira — por União Bandeirante, Vasco, Cruzeiro e Fluminense —, Fábio está a apenas 14 jogos de igualar o inglês Peter Shilton, que detém o recorde mundial de partidas disputadas por um jogador profissional, com 1.390. E a 15 jogos de superá-lo, caso o corpo e o talento sigam respondendo como têm feito.
Fábio sempre foi um atleta à frente do seu tempo. Nunca se lesionou por negligência, nunca chegou acima do peso, nunca foi de simular contusões em momentos difíceis. Treina como se estivesse estreando, encara cada jogo como uma final, cuida da mente com a mesma seriedade com que cuida das mãos. Há quase três décadas, trata a profissão de goleiro com a dignidade que ela exige — e que tantos outros deixaram escapar.
Respeito pela profissão
Ídolo eterno do Cruzeiro, ídolo incontestável do Fluminense. É raro um goleiro conquistar torcidas distintas com tamanha intensidade. E talvez ainda mais raro seja a resiliência que o levou a esse ponto da carreira, desafiando o preconceito da idade e a roleta cruel do futebol brasileiro.
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Na seleção brasileira, Fábio foi injustiçado. Recebeu poucas chances, sempre no papel de coadjuvante, mesmo quando merecia estar entre os protagonistas. Em outro país, com outro olhar, talvez tivesse disputado pelo menos uma Copa do Mundo. Mas isso nunca o desviou da rota. Fábio não jogou para ser lembrado por convocações. Jogou — e ainda joga — para parecer assim, eterno.