É fácil entender o peso da base nas finanças de um clube quando se constata a receita do Palmeiras de janeiro a abril deste ano. Com a venda de jogadores, o clube embolsou R$ 270 milhões. Foi esse valor que entrou no cofre com o repasse de atletas. Não fosse isso, o Palmeiras não teria um superávit de R$ 81,7 milhões neste ano. Estaria no vermelho como a maioria dos seus adversários.

O Palmeiras repassou Endrick e Estêvão para times da Europa por valores acima dos R$ 350 milhões. O pagamento é feito em parcelas. Estêvão se apresenta ao Chelsea depois do Mundial de Clubes.

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Mas os números do Palmeiras no ano acionam um sinal de alerta: o clube contabilizou déficit nos três últimos meses: abril (R$ 28,1 milhões), março (R$ 49,6 milhões) e fevereiro (R$ 36,4 milhões). Somados, foi um prejuízo de R$ 114,1 milhões.

Palmeiras apresenta três meses seguidos de déficit, mas tem as contas no azul por causa da venda de atletas / Palmeiras

Por causa da receita com a venda de atletas, no entanto, janeiro foi um mês no azul, com superávit de R$ 196 milhões. É esse mês que segura as finanças positivas do Palmeiras na temporada. Os números fazem parte dos balanços mensais do clube de Leila Pereira e indicam o fluxo de caixa não definitivo. Sabe-se, por exemplo, que o Palmeiras vai receber R$ 87 milhões com sua participação no Mundial de Clubes. Esse valor pode aumentar de acordo com os resultados de campo.

Superávit estimado de R$ 12 milhões

O Palmeiras estima uma receita anual de R$ 1 bilhão e um superávit de R$ 12 milhões. Superávit é o que sobra para o clube depois de pagar todas as suas contas. Um retrato dos clubes brasileiros aponta para maiores ganhos, mas também para maiores gastos. Tem sido uma tendência.

Mesmo o Palmeiras, que tem suas contas nos trilhos há anos, estima que apenas R$ 12 milhões lhe sobrem no caixa. Perto da estimativa de receita de R$ 1 bi, é pouco. Ou seja: os clubes brasileiros entraram numa espiral de gastança alta, com logísticas de viagem e folha de pagamento do futebol.

Há uma bolha crescendo nesse sentido, principalmente com atletas ganhando cada vez mais em seus novos contratos. Depois de formar o time dos jogadores que recebem R$ 1 milhão por mês, há um segundo grupo que já ganha R$ 2 milhões e um terceiro, ainda pequeno, que recebe R$ 3 milhões. Não há receita para tanto.

Outras fontes de receita

Se a venda de atletas deu ao Palmeiras R$ 270 milhões nesta temporada, outras fontes de renda rendem bem menos. Veja:

Publicidade e patrocínio: R$ 62,2 milhões
Direitos de transmissão: R$ 44,9 milhões
Arrecadação social: R$ 25,8 milhões
Avanti: R$ 23,8 milhões
Rendas diversas (incluindo Allianz Parque): R$ 19,6 milhões
Arrecadação de jogos: R$ 19,1 milhões
Licenciamento da marca e franquias: R$ 14,8 milhões

Não se trata de pouco dinheiro. Porém, os clubes brasileiros andam gastando muito mais do que arrecadam. E, no fim do ano, a conta não fecha.

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