A Fifa se esforça ao máximo para não deixar que a política anti-imigração do presidente Donald Trump atrapalhe o Mundial de Clubes da Fifa. Mas é um jogo perdido. Apesar de divulgar oficialmente que já foram vendidos 1,5 milhão de ingressos da competição e que os três primeiros dias de torneio levaram 340 mil torcedores aos estádios, o presidente Gianni Infantino terá de repensar detalhes do Mundial de Clubes para as fases mais agudas e também da Copa do Mundo de 2026.

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Para o Mundial de Clubes não há muito mais o que fazer caso Donald Trump não se faça de morto e permita a circulação de imigrantes residentes no país nos jogos. The Football apurou com pessoas que moram e trabalham nos Estados Unidos histórias de medo e recusa de deixar suas casas por causa da exposição.

Mundial de Clubes da Fifa nos Estados Unidos: um torneio de muitos rostos e origens dentro de campo / Fifa

Casos revelados ao The Football dão conta de que filhos de estrangeiros não regularizados também estão tendo problemas nas escolas. Qualquer motivo, como falta em dias de aula, pode ser um pretexto para deportar famílias inteiras de imigrantes.

Vistos temporários de quatro anos

Advogados especializados conseguem vistos temporários para estrangeiros que comprovem a necessidade do país com seus serviços. Uma ajudante de limpeza residencial, que pode ganhar até US$ 300 por dia fazendo faxina em duas casas, por exemplo, com quem The Football conversou, tem permissão para ficar nos Estados Unidos até 2029. Ela não corre risco de ser deportada.

Essa condição contra os estrangeiros não acontece com turistas e torcedores que entraram recentemente nos Estados Unidos para acompanhar o Mundial de Clubes da Fifa, mas ela está diretamente relacionada aos estádios mais vazios do que a entidade de Infantino imaginava. Os latinos e estrangeiros de modo geral, mais adeptos ao futebol da bola redonda, abriram mão das partidas com receio de que alguma coisa pudesse acontecer nos estádios, como uma ‘caça aos ilegais’.

Do trabalho para casa

Na contramão dessa “perseguição institucional”, os imigrantes continuam trabalhando em Nova York nas inúmeras obras da cidade, reformando ou mesmo limpando fachadas de prédios residenciais, fazendo a faxina nessas mesmas residências e consertando buracos de rua e de calçadas. Esses trabalhadores gostam de futebol e poderiam estar nos estádios nos jogos noturnos. Mas, segundo relatos feitos ao The Football, eles preferem voltar do trabalho para casa e ficar quietos fora das ruas.

Jogadores do mundo todo estão nos Estados Unidos para jogar a primeira edição do Mundial da Fifa / Fifa

A Fifa contava com esses torcedores nesta primeira edição do Mundial. Mas, mesmo movimentando um torneio de 32 times, entre eles os melhores do mundo, como Manchester City, Real Madrid, ela enfrenta públicos reduzidos nos estádios. Quem tem “salvado” o Mundial nesse sentido são os torcedores sul-americanos, do Brasil e da Argentina, e também estrangeiros de outras partes do mundo, como Alemanha e Tunísia.

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Ou seja, a política de Infantino de entregar o futebol para quem gosta vai na contramão da política de Trump, que deseja os Estados Unidos apenas para os americanos. Uma das partes terá de mudar. Vale lembrar que os preços dos ingressos baixaram na semana de início da competição. Eles custavam US$ 100. Foram vendido por R$ 20, por exemplo. Isso deixou muitos compradores revoltados. Para amenizar esse “prejuízo” do torcedor que já havia comprado o ingresso, a entidade fez um up-grade dos setores nos estádios, levando os adeptos para mais perto do campo.

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