Foram curiosas as análises da primeira atuação de um clube brasileiro no Mundial. Um programa de TV começou dizendo que o Palmeiras desapontou porque não confirmou o favoritismo contra o Porto. Terminou afirmando que o Palmeiras pode ser uma das surpresas do torneio. Ora, é favorito ou surpreendente.
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O Mundial de Clubes só não é uma esfinge tão grande quanto a cabeça de analistas, que, muitas vezes, parecem (parecemos) julgar que a opinião é mais importante do que a notícia. Qual a notícia? A primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa. Sabe o que se aprende na primeira aula de jornalismo: quem, como, quando, onde e por quê? Quem? O Mundial de Clubes. Como? Criada pela Fifa. Quando? Em 2025. Onde? Nos Estados Unidos.

Por quê? Aqui dá muito mais conversa, mas por uma disputa territorial, em que a Fifa tem de colocar os pés e fincar uma bandeira no futebol de clubes, antes que surja uma Superliga Europeia, anunciada por doze clubes gigantes, que, pressionados, recuaram. A disputa territorial é tão grande que a Fifa distribuirá em prêmios tudo o que recebeu de direitos de TV no Mundial.
Vai pegar ou não?
A questão é o que virá depois. Se o Super Mundial vai pegar ou não? Se o futebol de clubes será assim tão forte, a ponto de fazer torcedores e secadores se unirem em torno de patrocinadores que se coloquem dos dois lados e ganhem de ambos?
Este tempo de Mundial de Clubes há de responder. Em meio aos protestos nos Estados Unidos, não ao Rei, não aos problemas contra a imigração, que, afinal, construiu este país, uma terra da liberdade. Quem dá vida ao Mundial de Clubes são os imigrantes.

Os árabes, egípcios torcedores do Al-Ahly, e latinos, sejam do Boca, Palmeiras, Flamengo, Botafogo, Fluminense, River Plate, Monterrey, Pachuca ou simplesmente que queiram ver Messi. Estes colocam 80 mil no Rose Bowl, em Los Angeles. Se em Cincinatti não há tantos latinos, haverá só 21 mil nas arquibancadas.
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Seria uma simplificação dizer que onde há latinos há futebol e onde há americanos não há. Óbvio que não é isto. Mas o desenvolvimento passa muito pela mistura. A nova Copa do Mundo de Clubes surge na mesma semana em que o futebol de seleções volta a pulsar com a Liga das Nações. Incrível, mas houve uma ressurreição das seleções formatada pela Uefa.
Agora é tempo de a Fifa fazer seu torneio acontecer. Não há nenhuma certeza, mesmo depois dos primeiros dias, de que isto irá acontecer. Não nesta edição.