Que ninguém se iluda com o 0 a 0 do jogo de abertura do Mundial de Clubes da Fifa. Mais do que o placar sem gols, o confronto entre Inter Miami e Al Ahly sinaliza que o grupo do Palmeiras está longe de ser tão fácil quanto parece. A estreia do Grupo A, realizada nesta noite nos Estados Unidos, deixou claro que, embora o favoritismo de Palmeiras e Porto seja evidente, o caminho até as oitavas exige atenção, seriedade e, acima de tudo, pés no chão.

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Ainda sem entrar em campo, o Verdão já teve motivos suficientes para ligar o sinal de alerta. A partida inaugural serviu como uma espécie de prévia tática e emocional do que o Palmeiras encontrará em breve. Na teoria, o grupo é acessível. Na prática, qualquer descuido pode custar caro — e o Mundial não costuma perdoar favoritos desatentos.

Inter Miami fica no empate com o Al-Ahly, do Egito, na abertura do Mundial de Clubes: bom para o Palmeiras / Inter Miami

O jogo contra os portugueses, neste domingo, é mais do que uma estreia para o Palmeiras: é um divisor de águas. Vencer o Porto pode praticamente abrir caminho para a classificação, especialmente com os outros dois adversários parecendo, à primeira vista, mais frágeis. Mas qualquer tropeço colocará o time de Abel Ferreira diante da obrigação de vencer os dois últimos jogos — e a pressão, quando entra em campo, costuma cobrar caro.

Time de Messi é limitado

É aí que a atenção precisa ser redobrada. O Inter Miami é, sim, um time limitado. Um aglomerado de veteranos — como Luis Suárez, o goleiro argentino Oscar Ustari e o lendário volante espanhol Sergio Busquets — gravitando em torno de uma estrela chamada Lionel Messi. Aos 37 anos, o argentino continua sendo uma ameaça real e constante. Seu entorno pode ser frágil, mas um único lampejo seu é capaz de reescrever uma partida. Encará-lo exige respeito e atenção ininterrupta. Ninguém pode subestimar o efeito Messi em uma noite inspirada.

Time de Messi é limitado, mas o argentino de 37 anos é capaz de decidir o resultado em uma jogada / Fifa

Do outro lado, o Al Ahly talvez ofereça ainda mais riscos. É uma equipe experiente, física, com transição rápida e vocação para o jogo reativo — o velho e eficiente contra-ataque. O clube egípcio já sabe o que é encarar o Palmeiras: venceu o confronto em 2021 no Mundial do Japão e saiu com moral. Comandado pelo técnico suíço Marcel Koller e com nomes como o goleiro Mohamed El Shenawy, titular da seleção do Egito, o time carrega uma consistência competitiva que não pode ser ignorada.

Sem soberba

O Palmeiras chega à competição com bagagem, elenco e um modelo de jogo sólido. Mas o que se viu nesta abertura de grupo é um aviso claro: favoritismo não garante nada se não for acompanhado de concentração máxima. O Mundial é um torneio longo, com viagem, desgaste e times de perfis variados. Todo cuidado é pouco — especialmente nos jogos que parecem mais fáceis.

Abel e seus comandados têm totais condições de avançar. Mas o domingo contra o Porto é, desde já, uma final. E nos dois compromissos seguintes, será preciso jogar com inteligência, disciplina e, sobretudo, sem soberba. Porque o futebol, principalmente o de torneio curto, nunca perdoa quem se acha pronto antes da hora.

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