A gente fica se perguntando o tempo todo o que os treinadores estrangeiros trazem para o futebol brasileiro? Uma das respostas está na vitória do Botafogo por 1 a 0 sobre o favorito PSG, do ótimo Luis Enrique e recém-campeão da Champions League, no Mundial de Clubes da Fifa. O Botafogo tinha uma ideia em campo trazida pelo português Renato Paiva e cumprida com maestria pelos jogadores.
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Não era ficar com a bola nem medir forças de peito aberto com o poderoso e muito rico clube francês. O treinador pediu aos seus atletas uma marcação implacável em todos os setores do seu campo. Onde havia um ou mais jogadores do PSG, havia também um ou mais jogadores do Botafogo. O time teve 25% de posse de bola, mas não era mesmo para ter a bola. Era para ter vontade e inteligência. Deu muito certo.

Essa postura tática, e não apenas defensiva, é uma contribuição europeia para o futebol brasileiro. Era teoria apenas. Agora é pratica. Renato Paiva poderia apostar, como a maioria dos seus colegas no Brasil, na força da camisa, na mística da história e no talento e ginga dos melhores do seu time. Mas ele entendeu o lugar do Botafogo na partida e tratou de desenvolver uma ideia, uma forma de atuar que pudesse dar vantagem ao time e tirar a vantagem do seu adversário. Bingo!
Botafogo ‘pensou’ o jogo
Mais do que jogar, os treinadores estrangeiros da Europa no futebol brasileiro têm se destacado por “pensar o jogo”, abrir caminhos que talvez não sejam explorados pelos times nacionais, como se defender bem para ganhar o jogo. Time que se defende é apontado como covarde. Porque no Brasil todo mundo acha que pode ganhar de todo mundo.
Para que essas ideias sejam desenvolvidas, eles, os treinadores, precisam ter o elenco nas mãos e ser convincentes no vestiário. Olho no olho. O atleta tem de acreditar. Abel, do Palmeiras, comentou sobre isso recentemente nos Estados Unidos.

O problemas dessas ideias é que o futebol não é uma ação exata e quando ela não dá certo, muitas condições boas de jogo são jogadas na lata do lixo. Renato Paiva festejou o mérito dos seus jogadores e de sua ideia de jogo contra o PSG, mas poderia ter dado errado. A empolgação não pode durar 90 minutos.
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O futebol brasileiro aposta cada vez mais na tática, na forma física, na ciência esportiva em todas as áreas e nos dados dos jogos e dos atletas em detrimento do talento, uma característica que sempre fez do futebol brasileiro o que ele é. Os técnicos europeus, ou aqueles com ideias europeias, estão aprendendo a se valer de tudo isso com aquela pitada dos craques ou dos garotos diferenciados. Portanto, a façanha do Botafogo é muito mais do que a vitória diante do PSG. Ela deve ser encarada como uma virada no jeito de jogar.





