O São Paulo saiu de R$ 31 milhões de déficit no ano para R$ 4,2 milhões de superávit. É a primeira vez que o time respira no azul nesta temporada. O balanço não é definitivo no ano. Representa receitas e gastos de janeiro até agosto. O clube tem ainda setembro, outubro, novembro e dezembro para tentar sustentar suas contas positivamente. O São Paulo apertou o cinto neste ano e passou nos cobres cinco jogadores da base, arrecadando R$ 208 milhões entre a janela da Europa, que já fechou, e outras em países com datas de negociação ainda vigente, como a Rússia.
Era para o torcedor se orgulhar. Mas não é isso o que está acontecendo nas redes sociais, conforme informou The Football na segunda-feira. Nas conversas de grupos de torcedores, o diretor de futebol Carlos Belmonte e o presidente Julio Casares são apontados como responsáveis por “entregar” seus garotos de Cotia por valores baixos. A comparação é sempre com adversários que venderam melhor seus talentos, como o Palmeiras, nos casos de Estêvão, Endrick e outros. O clube vizinho de CT levantou R$ 1 bilhão.

Há um vídeo que circula nas redes em que Belmonte afirma que o São Paulo não vai mais vender seus talentos formados em Cotia por pouco dinheiro, que essa fase ficou para trás no clube. Mas é, segundo os são-paulinos, exatamente o que o dirigente faz nesse momento.
Torcida cobra a diretoria por vendas
No entanto, a torcida não leva em consideração as dificuldades financeiras do clube nem as contas que tem de pagar. O São Paulo acumula dívida de R$ 968 milhões. Nesta temporada, aprovou junto ao Conselho a captação de dinheiro no mercado por meio de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) em parceria com as gestoras Galápagos Capital e Outfield, de modo a evitar o pagamento de juros no ano. Também reduziu suas despesas. É claro que o time sofreria com as medidas e que o clube venderia parte de seus ativos do elenco e da base.
O São Paulo dá passos para trás, negociando seus jogadores por preços baixos pela necessidade, para tentar encontrar um caminho financeiro sustentável nos próximos anos. A fase não deve acabar em 2025. Não tem como fazer isso sem sofrimento. E o clube aceita as ofertas de vendas. É o pai de família que precisa vender a bicicleta para colocar comida na mesa até arrumar um emprego melhor.
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O torcedor está correto em reclamar. O São Paulo poderia ganhar mais com seus talentos revelados em Cotia, mas a bem da verdade é que todos eles ainda eram promessas. Não há nenhum Estêvão nem Endrick no time de Crespo, como não havia no elenco de Luís Zubeldía. Casares e Belmonte, com os seus pares do mercado, só não podem estourar as contas do clube nesses últimos meses da temporada. É preciso continuar com o plano, não para empatar, mas para baixar suas despesas, reduzir a dívida acumulada e ter dinheiro no caixa.





