A dúvida sobre a presença de Neymar na Copa do Mundo de 2026 continua viva — e cada vez mais difícil de ser respondida. Nesta segunda-feira, em Tóquio, Carlo Ancelotti voltou a tratar o tema com a franqueza de sempre: o camisa 10 só voltará à seleção se estiver em condições físicas, clínicas e mentais de servir ao grupo. Nenhum outro critério será levado em conta.
O treinador foi claro. Neymar, com todo o talento que o mundo reconhece, não terá privilégios. O estereótipo do craque intocável, da estrela da companhia, não cabe no projeto de Ancelotti. O técnico exige excelência, não reputação. E quando afirma que pretende ter o grupo da Copa praticamente definido até março do ano que vem, envia um recado direto ao atacante: o tempo é curto demais para recuperar a forma e a confiança no nível que o treinador espera.

O Santos, seu atual clube, tem apenas mais 12 jogos a disputar em 2025. Depois, restará o Paulistão — um torneio insuficiente para medir o real potencial competitivo de um jogador que precisa convencer pela performance, embora o Brasileirão também começará mais cedo, em 28 de janeiro. Para entrar na lista final, Neymar teria de promover uma virada de chave súbita, física e emocional, como poucas vezes conseguiu em sua carreira.
Se levar, como lidar com Neymar?
Ancelotti sabe o peso dessa decisão. Levar ou não levar Neymar à Copa será um dilema inevitável — e potencialmente cruel. Se o convocar sem que esteja em plena forma, será acusado de incoerência, principalmente em caso de fracasso. Se o deixar fora, enfrentará a fúria de parte da torcida e inevitáveis questionamentos. Mesmo levando-o, haverá outro impasse: como lidar com o status de um astro que, estando no time, dificilmente aceitaria ficar no banco?
O que ameniza o fardo é a coerência. Ancelotti tem mantido um discurso firme desde o início: ninguém está acima da seleção. Nem Neymar nem ninguém. O técnico vem tentando restabelecer um princípio básico, há tempos esquecido no futebol brasileiro — o de que o coletivo está acima das individualidades.
SIGA THE FOOTBALL
Facebook
Instagram
Linkedin
Threads
Tik Tok
“A seleção brasileira quer jogar um futebol bonito e pode jogar, sim, mas depende do que se entende de jogo bonito. É preciso jogar bonito com a bola e também sem a bola”, disse o treinador. Na prática, a frase resume o espírito do novo Brasil. Um time em que talento é essencial, mas insuficiente. E onde o brilho pessoal precisa coexistir com disciplina, entrega e senso de grupo — virtudes que Carlo Ancelotti considera inegociáveis.