Matematicamente, ainda há um fio de esperança. Mas, na prática, o Sport Recife já está de volta à Série B. A derrota por 4 a 2 para o Atlético Mineiro, neste sábado, foi apenas o último capítulo de um enredo anunciado há muito tempo. Um jogo que condensou em 90 minutos a crônica de uma temporada desastrosa: o time vencia, sofreu o empate e, em um lapso de 20 minutos, levou quatro gols — um colapso técnico e emocional que simboliza o desmonte de uma equipe sem estrutura, sem confiança e, sobretudo, sem direção.
O Sport não caiu neste jogo. O rebaixamento vem sendo escrito desde as primeiras rodadas do campeonato, em atuações previsíveis, erros repetidos e decisões administrativas que nunca encontraram o rumo certo. Com apenas duas vitórias e míseros 17 pontos somados, o clube pernambucano corre o risco de encerrar o campeonato com uma das piores campanhas da história dos pontos corridos. Um retrato cruel, mas fiel, de quem não se preparou para estar onde está.

O rebaixamento do Sport segue uma cartilha clássica das equipes que sobem sem planejamento e acreditam que a Série A é uma extensão da Série B. Não é. A elite cobra caro. A exposição é maior, os jogos são mais exigentes, os erros custam mais. E quando o clube se deixa seduzir apenas pelas cotas de TV, pelos patrocínios e pela ilusão do status, o retorno à realidade costuma ser rápido e doloroso. O efeito ioiô é implacável com quem não aprende a lição.
Sport é vítima de seus erros
O Sport é vítima de seus próprios descaminhos. Faltou competência, sobrou resignação. Hoje, o time já não encontra força nem mesmo na crença da torcida ou no compromisso profissional de parte do elenco, que parece ter jogado a toalha antes do apito final. O clube se apequena quando não reage, e o Sport — este símbolo do orgulho nordestino — não pode se permitir esse papel.
Pensar em 2026
O ano ainda não terminou, mas 2026 precisa começar agora. Que reste ao Sport o dever da dignidade nas rodadas finais e o compromisso de planejar um retorno sólido, consciente e sem ilusões. Porque, se a queda era previsível, a reconstrução não pode ser improvisada.





