Depois de o Real Madrid ser eliminado na semifinal da Copa do Mundo de Clubes, com direito a sofrer uma goleada de 4 a 0 para o Paris Saint-Germain, em 9 de julho, o técnico Xabi Alonso tentará escrever uma história diferente nesta temporada. Para os espanhóis, ela começa nesta terça-feira, dia 12 de agosto, no amistoso contra o WSG Tirol, na austríaca Innsbruck.
Alonso não deverá ter maiores problemas contra uma equipe que é figurante na Primeira Divisão da Áustria. Sua estreia será contra o Osasuña, um frágil adversário na primeira rodada da Liga Espanhola. Mas o treinador terá de fazer quase um milagre para dar um novo padrão de jogo ao novo Real Madrid, com apenas quinze dias de trabalho depois de 24 dias de férias.
Apesar do fracasso do clube espanhol na campanha no Mundial dos Estados Unidos, a tendência é que Xabi Alonso mantenha o esquema tático do time no 4-3-3. Debaixo das traves, o goleiro belga Thierry Courtois continua a ser titular absoluto, com o ucraniano Andriy Lunin na reserva. Nas últimas horas, com a iminente notícia da saída do italiano Gianluigi Donnarumma, do PSG, pode aparecer para Florentino Pérez, o presidente do clube, a possibilidade de um reforço inesperado na meta por um preço mais camarada.
Éder Militão está de volta
Nas outras posições da sua defesa, o time já está recheado de caras novas e em plena transformação. Na lateral-direita, o dono da posição agora é o inglês Trent Alexander-Arnold, de 26 anos, formado pelo Liverpool e que já vestiu a camisa branca do clube na Copa do Mundo de Clubes. Na zaga, mais mudanças: o brasileiro Éder Militão recuperou-se de uma cirurgia nos ligamentos e teve o seu lugar de volta depois de oito meses afastado.
Seu companheiro na zaga poderá ser o alemão Antonio Rüdiger, que voltará em poucos dias, depois de cumprir suspensão de seis partidas, ou o espanhol nascido na Holanda Dean Huijser, 20 anos. Ele veio do Bournemouth em troca de 50 milhões de euros (equivalentes a R$ 375 milhões). Na lateral-esquerda para brigar pela posição com o francês Ferlan Mendy, o Real Madrid comprou o espanhol Álvaro Carreras, de 22 anos. O garoto era juvenil no clube, mas estava no Benfica. Carreras também custou 50 milhões de euros aos cofres do Madrid.
Baixas de peso
No meio-campo, houve duas baixas consideráveis com a saída do croata Luka Modric (foi para o Milan) e a aposentadoria do alemão Toni Kroos. Desde 2014, quando começaram a jogar juntos, eles ditavam o ritmo e desfilavam elegância no Real Madrid: ganharam cinco Mundiais de Clubes e por seis vezes a Liga dos Campeões. Para complicar, nas últimas semanas o clube espanhol sofreu outro baque com as contusões do inglês Jude Bellingham e do francês nascido em Angola Eduardo Camavinga.
Na linha de frente, o francês Kylian Mbappé, que agora joga com a camisa 10, é o cara em um ataque com sotaque brasileiro: Vini Jr segue absoluto como titular pelo lado direito. E, apesar dos rumores de que seria vendido, Rodrygo, que mal jogou durante o Mundial de Clubes nos Estados Unidos, recuperou seu lugar no time titular, seja mais recuado pelo meio ou atuando pelo lado esquerdo. O City está de olho nele.
Briga dos garotos, como Endrick
Machucado desde o Mundial da Fifa, Endrick largou na frente do espanhol Gonzalo González na briga pela camisa 9 e por mais espaço. Contratado por US$ 63,2 milhões de dólares, pagos ao River Plate, o habilidoso Franco Mastantuono corre por fora nessa disputa.
Uma novidade do Real Madrid versão 2025/26 é a chegada de algumas caras novas formadas nas suas divisões de base. Além de Gonzalo González, conta com outros dez jogadores das categorias inferiores: Asencio, Carvajal, Fran, Carreras, Valverde, Daniel Yañez, Pietach, Aguado, Mestre e Fran González. São quatro ex-juvenis a mais do que na edição passada, quando o time era comandado pelo italiano Carlo Ancelotti, agora à frente do Brasil.
Nas mãos de Xabi Alonso
Claro que esse arranjo vale apenas para o início da temporada. Com os bastidores em ebulição, após perder o Campeonato Espanhol e a Copa do Rei para o Barcelona, cair para o Arsenal, da Inglaterra, na fase de quartas de final da Liga dos Campeões de 2024/25 e ser humilhado pelo PSG no Mundial de Clubes, Xabi não deverá ter vida fácil, ainda por cima sem tempo para impor o seu estilo de jogo. Fora as quatro semanas em que ficou com o time nos Estados Unidos, teve quinze dias de treinamentos na pré-temporada para aplicar suas ideias no novo Real Madrid.
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Para complicar, os principais rivais no futebol espanhol devem vir ainda mais fortes do que nos últimos campeonatos. O Barcelona contratou o inglês Marcus Rashford para se juntar ao ataque com Raphinha, os espanhóis Lamine Yamal e Ferrán Torres e o polonês Lewandowski. O Atlético de Madri também vem embalado e reforçado pelo meia argentino Thiago Almada (ex-Botafogo) e pelo atacante italiano Giacomo Raspadori (ex-Napoli). Portanto, como se vê, a vida do técnico do Real Madrid não será fácil. Se o seu clube tornar a vacilar, o treinador poderá ser conhecido como Xabi Alonso, o breve.
