A torcida do Santos deve mesmo acionar o botão de alerta. O risco de um novo rebaixamento não é apenas uma ameaça distante ou uma paranóia de torcedor traumatizado. É uma possibilidade concreta, mensurável, e que já se reflete na matemática da tabela e no ambiente cada vez mais tenso ao redor do Santos. A essa altura da temporada, não dá mais para se esconder atrás da ideia de que ainda há muitos jogos pela frente. É esse tipo de autoengano que empurrou o clube para o precipício em 2023.
A campanha atual é, de forma alarmante, pior do que a que culminou na queda do clube à Série B dois anos atrás. Em 16 partidas no Campeonato Brasileiro, o Santos somou apenas 15 pontos — dois a menos do que havia feito no mesmo recorte da edição de 2023, quando conseguiu 17 e estava fora da zona de rebaixamento. Hoje, figura exatamente no 17º lugar, abrindo o Z4. Mas se alguém acha que a situação é parecida com a de antes, a má notícia é que não é. Ela é ainda mais perigosa.

O desempenho ofensivo, que deveria ter evoluído com o tempo e com o reforço midiático de Neymar, regrediu. O time atual fez apenas 15 gols até aqui, três a menos do que o time da temporada passada havia marcado no mesmo número de jogos. A presença do camisa 10, claro, é uma esperança de virada de chave. Mas também precisa ser encarada com a seriedade que o momento exige.
Neymar é a única esperança
Neymar precisa, mais do que nunca, jogar bola. Falar menos. Reagir menos. Reclamar menos. E entender que sua missão no Santos vai além de reencontros afetivos com o clube onde nasceu para o futebol. A torcida quer atitude, entrega, protagonismo — não teatrinho com adversário ou chilique por cobrança. Se com Neymar as coisas já estão difíceis, sem ele seria catastrófico. E é exatamente por isso que o protagonismo que ele precisa exercer começa pelo futebol, não pelo discurso.
A sequência de três partidas sem vitória não apenas derrubou o Santos na tabela — ela desnudou a fragilidade de um elenco que não mostra força competitiva nem consistência emocional para reagir. O alerta está aceso. O fantasma do rebaixamento voltou a rondar a Vila Belmiro — e, desta vez, ele não bateu à porta. Já está sentado no sofá da sala.
Santos e Juventude
Na próxima segunda-feira, o Santos tem um confronto que beira o desespero. Enfrenta o Juventude, vice-lanterna, no Morumbis. É o chamado jogo de seis pontos — mas que, na prática, vale muito mais do que isso. Vale a chance de reagir. Vale a esperança de virar o turno respirando e a possibilidade de não repetir o roteiro de um desastre recente que pode ser ainda mais cruel.

Porque um segundo rebaixamento, para um clube do tamanho do Santos, costuma ter consequências muito mais duras. Não apenas no campo esportivo, mas principalmente no caixa, na imagem, no apelo comercial. Muitos gigantes que caíram mais de uma vez ficaram sem rumo, presos ao cimento pesado da Série B, onde história e camisa já não bastam para garantir retorno rápido.
SIGA THE FOOTBALL
Facebook
Instagram
Linkedin
Threads
Tik Tok
A Série B atual não é lugar de passeio — é um buraco profundo do qual não se sai com soberba nem promessas vazias. Por isso, o Santos precisa abrir o olho. Neymar precisa abrir o olho. Antes que seja tarde. Antes que o trauma vire rotina.





