Abel sempre pontua em suas entrevistas que ele prepara o Palmeiras de acordo com os rivais, que o adversário é sempre um motivador para escalar um ou outro atleta, para jogar de uma forma ou de outra. É assim que o torcedor deve esperar o Palmeiras na partida de domingo contra o Flamengo, de forma estratégica diante de um rival que impõe respeito e que talvez seja o único que possa lhe tirar o título na sequência das dez partidas que vão faltar.

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Não esperem que o treinador português entre no Maracanã, que deve bater novo recorde de público, que é de 72 mil, de peito aberto, como franco atirador. Abel é um estrategista, um ganhador de títulos, um técnico que pegou gosto por conquistas e sabe o que isso representa na sua profissão. Não é do Flamengo que ele precisa ganhar. E sua caminhada não é fácil.

Abel Ferreira sempre olha para o adversário para montar o seu Palmeiras: será assim contra o Flamengo / Palmeiras

Quase 100% das histórias no futebol são contadas pelos vencedores, por aqueles que ergueram os canecos e festejaram as conquistas no fim das disputas. Todo o resto fica para trás, salvo raras exceções. Então, com a liderança nas mãos e três pontos de vantagem, duas vitórias a mais do que o Flamengo e uma semifinal de Libertadores para encarar na semana seguinte, a indicação é que o Palmeiras tenha mais cautela no Rio.

Mas não confunda cautela com falta de disposição para atacar e tentar ganhar. O Palmeiras não joga para empatar nem na casa dos mandantes. Vai se valer de velocidade na frente, com Vitor Roque mais aberto, e um meio de campo congestionado. O Flamengo alterna mais condições de jogo do que o Palmeiras, que se mostra um time regular nos últimos meses. É uma cobra atrás do bote.

Filipe Luís pode olhar para Abel Ferreira, do Palmeiras, no mesmo nível: são os melhores técnicos do Brasil / Flamengo

O time de Abel não marca individualmente, mas sabe fazer isso se for preciso em determinados setores do campo e por jogadores que se alternam nesses mesmos setores (direita, esquerda e centralizado). Digo isso, principalmente, sobre Arrascaeta, que não deve ficar sem marcação. Há outros do Fla, mas o jogador uruguaio é o mais perigoso. Aliás, o que não faltam no Flamengo são jogadores de qualidade.

Contra o Botafogo, na vitória por 3 a 0 no meio da semana, o Flamengo não teve pressa, ficou com a bola atrás da onda perfeita para fazer o primeiro gol. Depois disso, tudo mudou numa partida. Filipe Luís pode repetir a estratégia: ficar com a bola no meio e frente, sem pressa… e o Palmeiras mais fechado em jogadas rápidas e de ligação direta.

Craques à beira do gramado

O jogo também marca o encontro de dois treinadores de respeito, com erros e acertos, mas inegavelmente com qualidade e sem qualquer ameaça de demissão. Essa condição é muito diferente no futebol brasileiro. Filipe Luís tem o mesmo peso de Abel e deve ser encarado dessa forma no clássico. E Abel precisa olhar para o treinador do Fla e reverenciá-lo. São os dois melhores em suas funções no Brasil.

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