Dono de um plantel avaliado em R$ 516 milhões, que é, de longe, o mais caro da Argentina, o River Plate vai de mal a pior. Desde que foi eliminado pelo Palmeiras na semifinal da Copa Libertadores deste ano, perdendo as duas partidas, nada mais está dando certo para o time do técnico Marcelo Gallardo. Apesar de ter um elenco de estrelas, em que brilha o talento de quatro campeões da Copa do Mundo do Catar – o goleiro Armani, os laterais Acuña, Montiel e o zagueiro Pezzella –, o River só coleciona dissabores.
Nos seus oito últimos jogos, o time amargou cinco derrotas. Algumas delas doloridas. O clube de Buenos Aires pagou caro ao ser eliminado na Copa da Argentina pelo pequeno Independiente Rivadávia, que acabou conquistando o título. No primeiro domingo de novembro, enfureceu seus torcedores com uma derrota inesperada para o Gimnasia y Esgrima, de La Plata, dentro do seu estádio, com o gol adversário marcado no tempo adicional.

No tropeço mais recente, neste domingo, novo vexame com a derrota por 2 a 0, no Superclássico contra o Boca Juniors, seu arquirrival, dentro do reduto dos adversários, em La Bombonera. Foi um jogo pegado, em que o árbitro mostrou nove cartões amarelos – sete deles para jogadores do River Plate. Menos nervoso, o Boca Juniors controlou mais a posse de bola e criou as melhores oportunidades no ataque. Acabou premiado com os dois gols, que definiram o marcador. O primeiro foi de Ezequiel Zeballos, aos 46 do primeiro tempo, aproveitando um rebote de Armani, em chute cara-a-cara.
River atrás de um milagre
Logo no início da etapa final, veio o tiro de misericórdia: Zeballos fez um cruzamento preciso para o ex-palmeirense Miguel Merentiel mandar para as redes, sem chances para o goleiro do River defender.

Com a derrota, o River viu as suas chances de classificação para a Libertadores de 2026 se complicarem bastante. Na classificação anual, em tese o critério mais fácil para um representante argentino conquistar um lugar no principal torneio sul-americano de clubes, o River Plate está a 14 pontos do Rosário Central e a sete pontos do Boca Juniors. E sob forte risco de ser ultrapassado pelo Argentinos Juniors e pelo Deportivo Riestra, na única vaga ainda disponível por este critério. Com um ponto ganho a menos, ambos têm uma partida a menos para disputar.
Gallardo vai quebrar a cabeça
Ao River Plate resta só um jogo, contra o Vélez Sarsfield, fora de casa. Uma outra saída para o time do Monumental de Nuñez seria reagir nos mata-matas do Torneio Clausura, embalar e faturar o título. Mas, pelo mau futebol que o River Plate está jogando, parece pouco provável que essa reação ocorra. Com seu contrato prolongado até o fim de 2026, apesar da má fase, Marcelo Gallardo terá de quebrar sua cabeça para fazer um time envelhecido e sem criatividade voltar aos bons resultados.





