O futebol, às vezes, parece um teste de fé. Noite de sábado, Maracanã, Corinthians e Fluminense em campo. E o que se viu não foi exatamente um espetáculo digno do palco mais famoso do mundo, mas, sim, uma partida arrastada, trincada, marcada por desfalques, erros técnicos elementares e uma sucessão de passes laterais que convidavam o torcedor à paciência — ou ao bocejo.
O Corinthians, especialmente, parecia perdido em suas próprias limitações e improvisações na escalação. Sem meio-campo criativo e sem atacantes inspirados, a equipe se limitou a girar a bola entre zagueiros, recuar para o goleiro Bruno e torcer para que o tempo passasse. Se o jogo terminasse 0 a 0 já estava bom demais. Do outro lado, o Fluminense, mesmo mais disposto a atacar, esbarrou na falta de objetividade. A decisão de poupar titulares para a Sul-Americana reduziu a intensidade de um time que, em condições normais, teria tudo para dominar o jogo.

Assim, o primeiro tempo foi um convite à dispersão. O futebol ficou escondido em algum lugar, talvez guardado para outra ocasião. Quem sabe numa semifinal de Copa do Brasil, em dezembro, já que os dois times estão vivos na competição.
Gol de Matheuzinho
Quando a segunda etapa dava sinais de que o Flu poderia, finalmente, encontrar o caminho do gol, aconteceu o improvável: aos 28 minutos, uma cobrança de falta lateral, executada por Matheuzinho, terminou dentro da rede por acaso. Não houve desvio, não houve intenção clara de chute. Houve sorte. O goleiro Fábio ficou vendido, André Ramalho tentou se esticar, mas não alcançou, e o Corinthians celebrou um presente que caiu do céu.
O detalhe curioso: foi o único chute a gol do Corinthians em toda a partida. Uma estatística que resume o caráter quase lotérico da vitória. Mas vitória é vitória — e no futebol ela não precisa pedir licença à estética.
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O torcedor que foi ao Maracanã certamente esperava mais. Mas o futebol tem dessas: às vezes basta um lance torto para virar a história. O Corinthians fez um de seus piores jogos da temporada, mas levou três pontos que podem pesar muito na tabela. Não foi uma vitória construída, foi arrancada no improviso e no acaso — e é justamente por isso que ela diz tanto sobre a campanha corintiana: mesmo quando não convence, o time ainda encontra um jeito de sobreviver. Aos trancos e barrancos, Dorival Júnior vai se virando com o que tem e os resultados começam a aparecer.





