Neste sábado, dia 15, a seleção do Senegal terá duas estreias para enfrentar o Brasil no Emirates Stadium, em Londres. São elas o zagueiro Mamadou Sarr e o atacante Ibrahim Mbaye. Ambos têm em comum o fato de serem destaques na Ligue 1, o campeonato da Primeira Divisão da França, e terem nascido e dado seus primeiros chutes em uma bola de futebol naquele país europeu. Eles demonstraram que levavam jeito para o futebol, sendo convocados, cerca de 30 vezes, para defender a seleção da França em vários níveis nas categorias de base. Mas, agora, decidiram seguir um outro rumo. Como tinham, também, a nacionalidade senegalesa, escolheram defender as cores do país de seus ancestrais.

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Dessa forma, ao contrário ao que aconteceu há 27 anos, quando Zinedine Zidane, filho de um casal argelino, que emigrou para Marselha, ou o zagueiro Marcel Desailly, nascido em Gana, decidiram defender – e fazer história – pela seleção francesa, atualmente os cartolas franceses tentam estancar a perda de jovens talentos para outros países.

Copa do Mundo de 2026 vai ser disputada nos Estados Unidos, Canadá e México: Argentina defende o título / Fifa

O próximo jogador que pode virar a casaca é o atacante nascido na França, Robinio Vaz, do Olympique de Marselha, que também tem dupla nacionalidade, e que os senegaleses tentam convencer a defender as suas cores.

Selecão de Marrocos

Em busca do sonho de participar de torneios importantes, como uma Copa do Mundo, muitos atletas, com mais de um passaporte, têm se destacado ao defender as seleções dos países de seus pais e avôs. No Mundial do Catar, em 2022, a seleção do Marrocos chegou à semifinal com um elenco cuja espinha-dorsal era formada por atletas nascidos no exterior, onde vivem cerca de 6 milhões de pessoas de origem marroquina. Entre eles o goleiro Yassine Bonou, o lateral-direito Achraf Hakimi, o zagueiro Romain Saïss, o meia Ilias Chair e o ponta-direita Hakim Ziyech.

Seleção de Cabo Verde está classificada para a Copa do Mundo de 2026, agora com 48 clubes e 104 jogos / Instagram

Motivados pelo feito histórico, os dirigentes marroquinos intensificaram essa busca por jovens talentos ao redor do mundo. Mais uma vez a estratégia deu certo: o craque do time que conquistou o Mundial Sub-20, da Fifa, no Chile, foi o meia Othamane Mahama, que nasceu na França. “Os jogadores têm autonomia para escolher o que é melhor para eles e é assim que deve ser”, disse Didier Deschamps, técnico da seleção da França.

Portugal e Cabo Verde

Uma coisa é certa: em muitos países essa situação poderá ter um impacto considerável. Seja atualmente ou em um passado recente, Portugal formou bons times com jogadores de origem cabo-verdiana, como Nuno Mendes, Nani, Renato Sanches, Eliseu, Renato Veiga, entre outros. Com os “tubarões-azuis” já garantidos para o Mundial de 2026, é possível que outros talentos considerem melhor suas opções. Foi o caso do ponta-direita, Jovane Cabral, que passou anos sonhando em ser convocado para a seleção em que Cristiano Ronaldo se destaca. Hoje, ele não se arrepende da sua decisão de defender Cabo Verde.

No time titular do país africano, outro destaque é um irlandês, o zagueiro Roberto Lopes. Conhecido como Pico, ele nunca tinha posto seus pés no arquipélago em que nasceu seu pai e se comunicava em inglês. No entanto, tudo mudou quando foi descoberto pelo técnico Rui Águas, que pesquisou sobre suas origens através da rede social LinkedIN.

Suriname corre atrás de atletas

Um fenômeno semelhante pode estar prestes a ocorrer no Suriname, nação vizinha ao Brasil, colonizada pelos holandeses. Durante várias décadas, jogadores como Clarence Seedorf, Ruud Gullit, Edgard Davids, Patrick Kluivert, Giorgino Wijnaldum e Virgil van Dijk, que fizeram história na time holandês, optaram por representar a camisa laranja ao invés da vermelha e verde daquele país sul-americano, com cerca de 600 mil pessoas, a aproximadamente 8 mil quilômetros de Amsterdã, onde suas famílias possuem raízes.

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Com boas perspectivas de obter a classificação para o próximo Mundial da Fifa, nas eliminatórias que envolvem os países da Américas Central e do Norte e do Caribe, a federação local buscou a assistência de um grupo de consultoria especializado em identificar jogadores com origens surinamesas. É uma nova ordem, também no mundo do futebol.

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