O Corinthians vive um daqueles paradoxos tão próprios do futebol. Em meio a turbulências no Brasileirão, com a ameaça constante do rebaixamento rondando o clube, o time alcançou, mais uma vez, a semifinal da Copa do Brasil. Quatro anos seguidos entre os quatro melhores de um torneio milionário — só a vitória desta quarta-feira, por 2 a 0 sobre o Athletico Paranaense, rendeu R$ 9,9 milhões em premiação. É um alívio financeiro e, sobretudo, um sopro de fôlego esportivo para uma temporada que parecia fadada ao drama.

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O jogo, porém, esteve longe de ser brilhante. Dorival Júnior apostou em uma formação com três zagueiros, improvisando Angileri pela esquerda para abrir caminho às subidas de Matheuzinho e Bidu. A ideia era clara: ganhar amplitude e explorar os lados do campo. Mas a execução não convenceu. O Corinthians tinha a bola, mas não sabia o que fazer com ela, e por pouco não viu seu plano ruir aos 27 minutos, quando Viveros marcou para o Athletico. O VAR, no entanto, resgatou o Corinthians ao detectar falta na origem da jogada. O estádio inteiro suspirou em conjunto diante da longa espera pela revisão.

Gui Negão marca um gol e dá passe para outro: Corinthians está na semifinal da Copa do Brasil / Instagram

O alívio viria pouco depois, aos 42 minutos. Gui Negão, esse menino iluminado do Terrão, roubou a bola na saída errada da zaga e serviu Garro, que, com categoria, deixou o goleiro Santos no chão antes de tocar para o gol. Um lance de oportunismo e talento que mudou o rumo da noite.

Gui Negão

O segundo tempo trouxe mais do mesmo: posse corintiana, pouca inspiração, mas eficiência na transição. Memphis, que saiu no fim da primeira etapa com dores, deu lugar a Vitinho, e foi justamente ele que iniciou a jogada do 2 a 0, concluída por Gui Negão. Quarto gol dele em cinco jogos — estatística que explica por que já caiu nas graças da torcida.

Ainda havia espaço para drama. Um pênalti discutível, marcado após a bola tocar no braço de Matheuzinho, levou o VAR novamente à cena. Mesmo sem imagem conclusiva, a decisão de campo foi mantida. Benevides bateu, mas parou em Hugo Souza, que vem se tornando um especialista em penalidades: já são 26 cobranças enfrentadas com oito defesas e dois erros adversários. Um patrimônio recente do Corinthians, que se agigantou de novo sob as traves.

Torcida ganha esperança

No fim, o resultado valeu mais do que a atuação. O Corinthians não encantou, mas fez o suficiente para seguir vivo na competição que mais lhe dá esperanças em 2025. A Libertadores está logo ali, como prêmio possível, e o caminho passa pela semifinal contra o vencedor do clássico mineiro entre Cruzeiro e Atlético.

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O Timão segue tropeçando no Brasileirão, mas na Copa do Brasil se reencontra consigo mesmo. Como se o torneio fosse, de fato, a arena de resgate de sua identidade competitiva. E, mesmo em meio ao caos, o Corinthians insiste em lembrar ao país que, em mata-mata, nunca se pode duvidar dele.

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