Por Leonardo de Sá
Após uma virada histórica diante da LDU, o Palmeiras se juntou ao Flamengo na grande final da Libertadores, em Lima, no Peru. Será a sétima vez que ao menos uma equipe brasileira disputa a decisão seguidamente e a sexta com um confronto entre clubes do país — sequência que se mantém desde 2019. Curiosamente, os mesmos times já se enfrentaram dentro desse período, na final de 2021. De modo que o futebol brasileiro igualará o número de títulos da Argentina na Libertadores. Os “hermanos” possuem 25 conquistas. Com o duelo do dia 29 de novembro 100% brasileiro, Brasil e Argentina passam a ter o mesmo número de conquistas.
O domínio do futebol brasileiro nos últimos anos no continente explica esse cenário. Fatores como investimento, planejamento e continuidade de trabalho ajudaram a estruturar o crescimento dos clubes e colocá-los em posição de destaque na América do Sul. A final também marca o encontro de muitos jogadores sul-americanos nos dois elencos.

Flamengo e Palmeiras: hegemonia
A hegemonia do Brasil no futebol sul-americano, especialmente de Flamengo e Palmeiras, que somam cinco aparições neste recorte, não é por acaso. Na equação do sucesso esportivo, investimento, planejamento e continuidade marcaram a trajetória recente dos dois clubes. O Fla ganhou o torneio em 2019 e 2022. O Palmeiras, em 2020 e 21.
Do ponto de vista econômico, ambos figuram entre os mais valiosos do continente e os que fazem mais investimentos também. O Palmeiras lidera o ranking do Transfermarkt (site de estatísticas) do futebol. O clube é avaliado em 212,1 milhões de euros (cerca de R$ 1,32 bilhão), enquanto o Flamengo aparece logo atrás, com 195,9 milhões de euros (R$ 1,22 bilhão). As receitas anuais também refletem a força econômica e o crescimento esportivo dos finalistas: neste ano, as duas equipes ultrapassam a marca estimada de R$ 1,5 bilhão de arrecadação bruta, garantindo elencos competitivos e infraestrutura adequada.

Além da força financeira, o desempenho dentro de campo reforça a consistência dos projetos de Flamengo e Palmeiras. Desde 2018, o Palmeiras conquistou ao menos um título por temporada — incluindo duas Libertadores e três Campeonatos Brasileiros. O Flamengo manteve a regularidade entre 2019 e 2025, com duas Libertadores e dois Brasileiros.
Num recorte de dez anos, o domínio é evidente: são 30 taças somadas entre os dois. No Palmeiras, o trabalho conjunto de Leila Pereira e Abel Ferreira, há cinco temporadas no clube, consolidou um modelo de gestão com resultados contínuos. No Flamengo, as passagens de Jorge Jesus (2019), Dorival Júnior (2022) e agora Filipe Luís mantiveram o clube carioca no topo das competições nacionais e sul-americanas.
A grande final
A final da Libertadores está marcada para o dia 29 de novembro, às 19h (horário de Brasília), no Estádio Monumental, em Lima, Peru. Porém, por se tratar de uma final brasileira, o presidente da CBF, Samir Xaud, ao ser questionado sobre a possibilidade da decisão no Brasil, ele comentou que a CBF poderia intermediar a transferência da partida, caso os clubes tenham interesse nisso. Mas deixou claro que quem manda é a Conmebol.

“Isso é uma competição organizada pela Conmebol. Com essa final brasileira agora, entre Palmeiras e Flamengo, podemos avaliar a possibilidade de trazer o jogo para o Brasil, se os clubes tiverem interesse”, disse o presidente no Allianz Parque.
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Questionado na saída do estádio, o dirigente acrescentou: “Se os clubes se manifestarem e tiverem essa intenção, a CBF pode ajudar na interlocução com a Conmebol. Mas deixando claro que a competição é organizada pela Conmebol, então ela que define o local da final”.





