Nesta segunda-feira, dia 25 de agosto, 299 conselheiros do Corinthians decidirão quem será o novo presidente do clube até dezembro de 2026. Uma eleição curta, de gabinete, mas carregada de simbolismo: será o primeiro passo após o impeachment de Augusto Melo, afastado sob acusações de desvio de dinheiro e participação ilícita no polêmico contrato de patrocínio com a Vaidebet. O ex-dirigente ainda responde a inquérito policial, e sua queda expôs, mais uma vez, a fragilidade político-administrativa de um clube que parece não ter fundo para sua crise.

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O cenário é devastador. A dívida ultrapassa os R$ 2,5 bilhões e receitas futuras já foram antecipadas. O Corinthians está impedido de contratar pela Fifa devido a um transfer ban. E o time de futebol corre o risco concreto de afundar na zona de rebaixamento do Brasileirão. Especialistas alertam que seriam necessárias ao menos quatro gestões muito bem executadas para que o clube voltasse a uma condição minimamente saudável. Ainda assim, três candidatos decidiram se colocar à disposição: Osmar Stabile, André Castro e Antônio Roque Citadini.

Corinthians tem novas eleições para presidente nesta segunda-feira, dia 25: há três candidatos ao posto / Corinthians

O que explica esse movimento? Amor incondicional ao Corinthians? Desejo de protagonismo? Ou a eterna tentação de usar o clube como trampolim para projetos pessoais?

Três candidatos: Stabile, Citadini e Castro

Osmar Stabile, presidente interino, tenta se manter no cargo. Conselheiro vitalício, ele já esteve em gestões passadas, foi candidato em 2009 e, em 2018, chegou a se unir a Citadini, mas a chapa acabou impugnada. Representa a velha guarda alvinegra, marcada por experiência, mas também pelo peso das mesmas práticas políticas que há décadas conduzem o clube a becos sem saída.

Promessas milagrosas

Antônio Roque Citadini, ex-vice-presidente e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, é figura histórica nos bastidores do Parque São Jorge. Seu nome carrega tradição e conhecimento técnico, mas também a sensação de déjà-vu: quantas vezes o Corinthians já confiou a saída da crise a dirigentes do mesmo círculo, com as mesmas promessas de austeridade?

Dorival Júnior corre risco no cargo mesmo após a classificação na Copa do Brasil: o problema é o Brasileirão / Corinthians

André Castro, gestor de investimentos, é o nome mais novo entre os três. Conselheiro em seu segundo mandato, promete injetar R$ 500 milhões por meio de uma parceria com um banco a fim de resolver os problemas financeiros imediatos e devolver competitividade ao time. A proposta soa tentadora, mas levanta questões óbvias: qual a contrapartida desse aporte? É sustentável ou apenas mais um atalho que pode comprometer ainda mais o futuro do clube?

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Diante disso, o torcedor se vê preso a um dilema cruel: confiar em promessas milagrosas sem mecanismos claros de execução ou aceitar que qualquer mudança real exigirá medidas duras, cortes profundos e paciência de longo prazo. O Corinthians precisa de responsabilidade e coragem — não de slogans fáceis. O clube está na beira da insolvência, e a escolha de segunda-feira, ainda que indireta, dirá muito sobre o que será do futuro alvinegro: mais um capítulo de improviso e personalismo, ou o início de uma reconstrução dolorosa, mas necessária.

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