Esqueçam o milagre de Abel por alguns momentos e olhe para dentro do campo. Para os jogadores. É preciso entender o que aconteceu nessa remontada do Palmeiras por 4 a 0 diante da LDU no Allianz Parque. É preciso entender o quanto jogou Andreas Pereira num setor bem maior do que ele costuma cobrir no meio de campo. Não era para ele entrar na área. Andreas era o homem da retomada de bola e das bolas paradas, algumas ensaiadas. Sua calma e visão de jogo, senso de cobertura e rapidez nas decisões merecem ser aplaudidos.

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Não quero perder Abel de vista nesta partida. Sua decisão de escalar Allan como dublê de Estêvão pela direita pegou a todos de surpresa. O garoto de 21 anos foi o melhor do jogo. Disparado. Fez as melhores jogadas, com dribles, arrancadas, cruzamentos… Sofreu o pênalti para o quarto gol do time, o segundo de Raphael Veiga, o da classificação incrível do Palmeiras.

Palmeiras se reúne no vestiário após a vitória contra a LDU e conseguir a classificação para a Libertadores / Palmeiras

Aliás, o treinador não deixou Raphael Veiga ir embora do clube. Segurou o meia como não fez com nenhum outro. Nem deixou de confiar nele. Sempre que pode, Abel elogia o jogador. Veiga mostrou que pode ser decisivo. Ele fez dois gols da remontada. Dois gols numa decisão indigesta, em que o time começou o jogo perdendo por 3 a 0. Que jogador tem a coragem de pegar a bola e bater o pênalti? Quantos não fecharam os olhos no estádio quando ele correu para bater? “Se alguém tiver de errar, que seja eu, tudo bem, não tem problema”, disse o meia ao receber o prêmio de herói da partida.

Todos merecem respeito no Palmeiras

Teve gol ainda de Bruno Fuchs e também de Sosa, não nessa ordem. Ambos foram escolhas de Abel desde o começo. Fuchs é zagueiro, mas tem boa saída de bola. Joga de volante, com passes longos e certeiros. Não é perfeito, mas foi nesta noite. É firme. E Sosa, que fez a sua primeira partida como titular na Libertadores, pisou na área como se fosse um veterano do Allianz Parque. Todos tiveram seus méritos.

Abel fala em trabalho

Portanto, o Palmeiras que vai para a final da Libertadores contra o Flamengo em mais um título brasileiro na competição é um time que desafia seus próprios limites. Na verdade, não há limites. Desafia a compreensão dos seus torcedores. É um time mágico, que reza, como disse Abel, mas que trabalha todos os dias. Esse time tem o respeito do torcedor. Todos eles.

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