Uma situação inesperada tem gerado incerteza no planejamento dos torcedores do Flamengo e agora do Palmeiras que queiram assistir à final da Copa Libertadores da América, entre os dois clubes brasileiros. Por enquanto, a partida está marcada para sábado, dia 29 de novembro, no Estádio Monumental, em Lima, no Peru. A Conmebol, a confederação que organiza a competição, até abriu o credenciamento da imprensa, como se aquele país vivesse um clima de normalidade. Só que não.
Desde os primeiros dias de outubro, o Peru vive um período de forte turbulência, em uma crise política que derrubou a antiga presidente, Dina Boluarte, afastada pelo Congresso e por manifestações de rua. Assim, existem dúvidas se a partida decisiva poderia acontecer no local que estava previsto.
Isso se deve à violência e instabilidade política do país, que tem perturbado a capital peruana e, também, Callao, cidade vizinha à capital e onde fica o principal aeroporto daquele país. Em razão desta situação, no dia 21 de outubro, o presidente da República interino, José Jerí, com aprovação de seu conselho de ministros, assinou um decreto que instituiu por 30 dias o estado de emergência na região.
Situação de risco em Lima
A situação é tão crítica que diversas embaixadas de países estrangeiros, localizadas em Lima, como a dos Estados Unidos, Canadá e França, emitiram alertas de segurança para seus cidadãos em território peruano. Foi recomendado a eles cautela e para que evitem aglomerações. Em tese, a duração deste decreto só terminará cerca de uma semana antes da data da final – é aí que está o xis da questão: hoje, ninguém consegue prever o que acontecerá em seguida.
Apesar desta situação excepcional, por enquanto, a Conmebol e o seu presidente Alejandro Domínguez confirmam o jogo no Peru. Mas isso pode sofrer mudanças. “Até o momento, (o local da final) é Lima, mas se os dois clubes (Flamengo e Palmeiras) se manifestarem e tiverem a intenção (de alterar) o local, a CBF pode ajudar nessa interlocução com a Conmebol”, disse o presidente da CBF, Samir Xaud, logo após a partida no Allianz Parque, em São Paulo.
Em 2019, Conmebol mudou o local
Curiosamente, há seis anos, o Flamengo passou por um episódio parecido. Em novembro de 2019, por causa de manifestações e confrontos em Santiago, no Chile, que era a cidade escolhida para sediar a final entre o clube carioca e o River Plate, da Argentina, a Conmebol tomou a decisão de transferir o jogo, exatamente, para a capital peruana.
Na ocasião, todos os torcedores que haviam comprado ingressos para o jogo em Santiago tiveram os valores pagos devolvidos e ganharam prioridade para a aquisição de novos ingressos para a partida no Estádio Monumental de Lima. Aqueles que já tinham bilhetes emitidos tiveram prioridade para a aquisição de entradas em um setor similar.
Passagens e hospedagens em Lima
Após o reembolso dos valores, os torcedores receberam uma senha que valeu por 72 horas para decidir se estavam dispostos a seguir com os bilhetes. Diante da situação excepcional, companhias aéreas facilitaram a troca das passagens e muitos hotéis toparam cancelar as reservas sem o pagamento de multas. A Conmebol trabalhou nos bastidores e terá de fazer a mesma coisa se mudar novamente. Já há torcedores com passagens e hospedagens compradas.
A Conmebol terá uma nova reunião com representantes do governo peruano para assegurar que os clubes e os torcedores brasileiros não vão correr qualquer risco caso o jogo seja mantido em Lima.
