Depois de um mês sem jogar, com duas semanas de descanso e outras duas dedicadas a uma espécie de pré-temporada, o Corinthians voltou a campo na fria noite de domingo na Neo Química Arena. A esperança era de recomeço, de um time mais inteiro física e emocionalmente, talvez até renovado. Mas o que se viu foi um retorno carregado do mesmo peso de sempre: os velhos problemas em campo, as fragilidades que se repetem, os erros administrativos que se acumulam e uma derrota que, embora injusta na forma, tem algo de coerente com o momento do clube.
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O 2 a 1 sofrido para o Red Bull Bragantino doeu duplamente. Pela tabela, claro — o Corinthians chega a cinco jogos sem vencer. Mas também pela maneira como aconteceu: quase como um castigo, uma dessas punições cruéis que o futebol às vezes reserva a quem não está em dia com os próprios compromissos.

O primeiro tempo foi equilibrado, até que o VAR decidiu intervir. Em um lance dentro da área, Cacá levantou o pé, mas não acertou o atacante do Bragantino, que se jogou simulando o contato. Bruno Arleu, árbitro de campo, viu de perto e mandou seguir. Mas o juiz da cabine, que parece assistir a outro jogo através do monitor, resolveu que aquilo era pênalti. Sasha bateu com categoria e abriu o placar.
Nada mudou no Corinthians
O impacto do lance foi imediato. O Corinthians se desorganizou emocionalmente, perdeu a concentração e demorou a voltar para o jogo. O adversário, por sua vez, soube se fechar e explorar os espaços nos contragolpes, muito bem armado para isso.
Na volta do intervalo, o Corinthians reagiu. Empurrado pela torcida e pela urgência, o time conseguiu o empate aos seis minutos com Cacá, aproveitando uma bola viva na área após escanteio cobrado por Memphis Depay — que, diga-se, não teve uma boa atuação. A igualdade incendiou o estádio e o time, que passou a dominar a partida. Criou pelo menos três grandes chances de virar, acertou o travessão e parou em defesas milagrosas de Lucão — eleito o melhor em campo.
47 do segundo tempo
Mas quando o empate já parecia consolidado, aos 47 do segundo tempo, veio o golpe final: bola cruzada na área, desatenção da defesa e Borbas apareceu para decretar a derrota. Um castigo duro demais.

A verdade é que o Corinthians não merecia perder assim. Mas também é verdade que o time parece viver um desequilíbrio estrutural que transcende os 90 minutos. Dentro de campo, oscilações, falta de confiança e instabilidade emocional. Fora dele, um clube atolado em escândalos, notícias de bastidores e um ambiente institucional que não oferece estabilidade nenhuma para seus atletas.
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E se há algo que também não muda no futebol brasileiro é a atuação do VAR. Saímos de um Mundial de Clubes em que a arbitragem passou quase invisível, com nível de intervenção beirando o zero, como deveria ser. Aqui, seguimos reféns de uma arbitragem dupla — a de campo e a da cabine. Com a diferença de que quem manda é o árbitro sentado na salinha com ar-condicionado. E o do campo, na dúvida, acata.
O Corinthians perdeu. Mas o que mais impressiona é perceber que, apesar do tempo, das férias, da preparação, ele voltou exatamente como havia saído: confuso, vulnerável e exposto.