Lembra aquele encantamento com Hernán Crespo assim que ele chegou para substituir Zubeldía e emendou cinco vitórias seguidas? Pois bem, ele não existe mais. Depois de um início realmente promissor, o trabalho já não desperta tantos suspiros — e os últimos resultados mostram que tudo talvez não passasse de mera ilusão.
Esse desencanto se confirmou na noite desta quinta-feira, quando o São Paulo foi derrotado facilmente pelo Grêmio, um adversário que até outro dia estava em crise e com um pé na zona de rebaixamento. E olha que o 2 a 0 ficou barato. O goleiro Rafael fez pelo menos três defesas de alto grau de dificuldade e impediu uma goleada — que seria tão justa quanto desastrosa.
Alguns jogadores-chave do elenco não estão rendendo o que deles se esperava e a ausência prolongada de Lucas, Oscar e Calleri começa a pesar cada vez mais. Aliás, vale dizer: Lucas, ainda longe da melhor forma física, entrou no segundo tempo e praticamente errou todos os lances. Muito distante daquele jogador decisivo de um passado recente.
Crespo tenta uma saída
Sem um elenco de grandes possibilidades, Crespo tenta achar soluções práticas — mas não faz mágica. Contra o Grêmio, além das deficiências individuais, o time também foi muito mal taticamente. A estratégia de concentrar o jogo pelo meio não surtiu efeito e ainda foi prejudicada pela má jornada do garoto Rodriguinho. Faltou inspiração diante de um Grêmio mais intenso, mais impositivo e claramente com mais vontade de vencer — até pela necessidade de somar pontos em casa.
Foi o centésimo confronto entre os dois clubes na história, mas, para o São Paulo, ele não precisava sequer ter sido jogado. Para o Grêmio, ao contrário, a vitória pode ter marcado o início de um período de recuperação e um raro momento de paz, com o time escapando da zona cinzenta da classificação e ainda sonhando com um lugar no G-8.
Poucas oportunidades
Embora com menos posse de bola, o Grêmio foi o primeiro a arriscar, em chute de longe de Amuzu. O São Paulo respondeu com Tapia, por cima. Aos 27, o mesmo Tapia recebeu na entrada da área e bateu bonito, rente à trave de Gabriel Grando. Aos 35, Pavón obrigou Rafael a fazer grande defesa. Três minutos depois, Wagner Leonardo quase marcou de cabeça, mas novamente o goleiro são-paulino evitou. Logo em seguida, porém, o time da casa abriu o placar: Amuzu chutou de fora e Carlos Vinícius desviou para as redes.
Etapa final
Um pênalti marcado pelo VAR, aos nove minutos, praticamente matou o jogo. Sabino derrubou Edenilson na entrada da área. O árbitro mandou seguir, mas a cabine determinou a revisão e o pênalti foi confirmado. Carlos Vinícius cobrou e marcou seu segundo gol na noite.
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O São Paulo ainda tentou esboçar uma reação e teve uma bola na trave com Ferreirinha no final, mas a sensação que ficou é de um time que perdeu o encanto — e que agora precisa reencontrar um caminho para o próximo ano. Com ou sem Crespo. Eis a questão.
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