Diz a cultura do futebol que o tabu foi feito para ser quebrado. O São Paulo levou essa máxima ao extremo na tarde deste domingo, no Morumbis, ao derrotar o Botafogo por 1 a 0. Não se tratou apenas de um resultado positivo: foi o fim de uma incômoda série de dez jogos sem vitória sobre o time carioca, iniciada em 2020 e recheada de empates e derrotas. Melhor ainda para a simbologia do momento foi o autor do gol: o argentino Dinenno, que não marcava havia mais de um ano e, enfim, desencantou em sua primeira vez balançando as redes com a camisa tricolor.
O gol saiu cedo, logo aos seis minutos, quando Enzo Díaz cruzou com precisão para o centroavante empurrar para dentro. Um lance simples, mas suficiente para desmontar o rival, ainda atordoado pela recente eliminação na Copa do Brasil. O São Paulo aproveitou-se da falta de ímpeto do Botafogo para criar a vantagem inicial e depois controlar o ritmo da partida. Enzo ainda quase ampliou em cobrança de falta que explodiu na trave de Neto, mas a primeira etapa ficou nisso: um jogo arrastado, marcado pela ausência de reação botafoguense, que não acertou uma finalização sequer antes do intervalo.

A expectativa era de uma resposta mais contundente dos visitantes no segundo tempo, e ela veio, ao menos em volume ofensivo. Foram 11 finalizações, mas quase todas inofensivas. O Botafogo de Davide Ancelotti, filho e auxiliar do técnico da seleção brasileira, ficou com a bola, mas não encontrou soluções. O São Paulo, por sua vez, se resguardou e apostou nos contra-ataques, chegando mais perto do segundo gol do que de sofrer o empate. Rigoni, em seu retorno, acertou a trave aos 45, e Luan, aos 48, exigiu uma defesa espetacular de Léo Linck, que entrou no lugar de Neto. Ainda assim, o placar permaneceu mínimo, o suficiente para reforçar a sensação de que o Tricolor saiu mais fortalecido da tarde.
Vitória do compromisso
Não foi uma atuação brilhante — tampouco tem sido a marca do time desde que Hernán Crespo assumiu o comando. Mas há algo consistente na proposta do argentino: intensidade física, disciplina tática e, sobretudo, compromisso. Mesmo sem alguns jogadores importantes, a equipe entregou o que precisava para somar três pontos e se posicionar com 35, lado a lado com o próprio Botafogo, na zona de classificação para a próxima Libertadores.
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Entre simbolismos e pragmatismo, a vitória serve de combustível para o desafio que realmente importa nesta semana: a ida contra a LDU, em Quito, pelas quartas de final da Libertadores. Chegar com moral, mesmo sem espetáculo, pode fazer toda a diferença. Afinal, como ensina a cultura do futebol, tabus foram feitos para serem quebrados.





