Há quem diga que todo time tem uma torcida. Mas só uma torcida tem um time. O Corinthians não pertence a dirigentes, a elencos passageiros ou a gestões que vêm e vão. O Corinthians é propriedade da Fiel — essa massa que nunca abandona, nunca se cala e, sobretudo, nunca deixa de acreditar. Em decisões como a desta Copa do Brasil, isso não é figura de linguagem: é vantagem competitiva, é identidade, é história viva.
A mais recente prova desse vínculo quase místico pôde ser vista na tarde deste sábado, quando mais de quatro mil corintianos foram ao CT Joaquim Grava para empurrar o time na largada rumo ao Rio de Janeiro. O que se viu ali não foi apenas apoio protocolar. Foi mais uma comunhão de desejos e destinos. Um lembrete claro aos jogadores de que o Clube do Povo não andará sozinho no Maracanã, mesmo em território inimigo, diante de um Vasco igualmente ferido, orgulhoso e faminto por um título que salve sua honra e sua temporada.

Essa presença não é episódica. A torcida foi o capítulo central de toda a campanha corintiana em 2025— inclusive, e principalmente, quando o time esteva mal, quando o clube viveu turbulências fora de campo, quando o rendimento ficou aquém do aceitável. Rigorosa nas cobranças, ativa na vigilância contra os malfeitos de dirigentes, a Fiel jamais se omitiu. Jogou junto, sustentou o time na arquibancada, recorreu à sua marca registrada: a resiliência forjada no sofrimento, essa estranha capacidade de apanhar e voltar mais forte.
Fiel só pede entrega
Ninguém, absolutamente ninguém, merece mais esse título da Copa do Brasil do que a torcida corintiana. E ninguém carrega com mais legitimidade a esperança de que 2026 seja melhor do que foram os últimos anos. A “nação”, como ela mesma se autoproclama — o Povo Escolhido — não pede milagres. Pede entrega, compromisso, dignidade.
Para não decepcionar essa massa, o Corinthians sabe que precisará jogar mais do que jogou no primeiro duelo da final, em Itaquera, no empate sem gols. Muitos atletas ficaram abaixo do nível médio, deveram desempenho, não honraram o peso da decisão. Agora não há mais espaço para desculpas. É hora de dar resposta, de honrar a camisa, de jogar pela torcida.
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Dorival Júnior reconheceu que o plano de jogo não funcionou na ida, mas manteve a convicção de que é possível virar o astral e chegar ao Maracanã com postura de campeão. E o Maracanã, esse velho palco de epopeias, que já testemunhou a histórica invasão corintiana de 1976, contra o Fluminense, e a conquista do primeiro Mundial justamente contra o Vasco, pode ser novamente cenário de um dia inesquecível em preto e branco.

Porque quando a Fiel acredita, o Corinthians não joga sozinho. E quando o Corinthians entende isso, o impossível deixa de ser limite. Não por acaso, a cidade vai amanhecer o domingo sob o efeito mágico de um grito que resume toda essa fé: vai, Corinthians!





