É um desafio diário entender as manobras administrativas do futebol brasileiro. Refiro-me ao empréstimo que a Crefisa vai fazer para que o Vasco pague as suas contas. Ou parte delas. Estamos falando da SAF do clube carioca. Há um pedido do presidente Pedrinho para que a documentação sobre esse empréstimo de R$ 80 milhões da empresa de Leila Pereira seja resguardada sob “segredo de Justiça”. Ou seja: poucos terão acesso aos acertos da Crefisa com o Vasco.

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Mas o que se sabe sobre isso? Sabe-se, por exemplo, que Leila, presidente do Palmeiras até dezembro de 2027, vai emprestar os R$ 80 milhões já separados para o Vasco. E vai disponibilizar a maior parte neste mês: R$ 70 milhões. O restante será pago em duas tacadas, em novembro, de R$ 5 milhões cada. O pedido, depois de aprovado pela Justiça porque o Vasco tenta a sua recuperação judicial, será feito imediatamente. Para o Vasco, é dinheiro na conta. Pelo menos R$ 30 milhões devem cair nesta semana ainda. Os outros R$ 40 milhões ficarão para o fim do mês, dia 26. Há um trâmite legal na Justiça para isso.

Vasco vai ganhar um fôlego da Crefisa de R$ 80 milhões para colocar a casa em ordem até o fim do ano / Vasco

Pedrinho estima que a SAF do Vasco precise de R$ 170 milhões para respirar por mais uma temporada ou mais do que esse período. Com a Crefisa, o clube já tem metade desse valor assegurado. O Vasco também mudou uma das cláusulas do empréstimo com a Crefisa, aquela que dava 20% das ações da SAF do clube à empresa de Leila e do seu marido José Roberto Lamacchia. A garantia baixou para 10%.

Crefisa vai ter 10% das ações

Mas o que isso significa? Que a Crefisa vai ter 10% das ações da SAF do Vasco caso a dívida não seja paga. Ora. Parece uma garantia de caso pensado, uma pré-combinação de que o Vasco não vai pagar coisa nenhuma desses R$ 80 milhões e a Crefisa ficará com parte, mesmo que pequena, da SAF vascaína. Vale lembrar que a Crefisa deixou o Palmeiras depois de dez anos como patrocinadora e que o clube é muito grato à empresa. Leila, na vez de presidente do Palmeiras, sempre defendeu que o clube precisava dobrar suas receitas com os patrocinadores da camisa e que a Crefisa não seria mais a parceira.

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