Empatar fora de casa em mata-mata de Libertadores é sempre um bom resultado. Empatar um jogo em que o adversário chutou duas bolas na trave e perdeu dois pênaltis é um resultado maravilhoso. Daqueles que caem do céu e que podem definir uma classificação. Foi assim que o São Paulo deixou Medellín, na noite desta terça-feira, depois de segurar o 0 a 0 contra o Atlético Nacional no Atanasio Girardot: sem jogar bem, mas vivo — muito vivo — para resolver a parada na próxima terça-feira, no Morumbis, e avançar às quartas de final.
O início tricolor foi inseguro. O plano de voltar da Colômbia com pelo menos um empate quase foi por água abaixo logo aos 11 minutos, quando o árbitro uruguaio Gustavo Tejera marcou pênalti num toque de mão de Ferraresi, após cruzamento de Hinestroza e finalização de Marlos Moreno. O lance foi discutível, mas a decisão foi mantida. Cardona, camisa 10 e ídolo da torcida, foi para a cobrança, escolheu o canto esquerdo e tirou tanto de Rafael que a bola foi para fora. Respiro para o São Paulo.
A partir daí, o time brasileiro conseguiu se encontrar. Não encaixou o último passe nas chances de contra-ataque, mas se defendeu bem com o sistema de três zagueiros e saiu jogando com qualidade graças à precisão e movimentação de Marcos Antônio. O Atlético Nacional ficou mais com a bola, mas não criou grandes sustos até o intervalo.
Duas bolas na trave
Na segunda etapa, o cenário mudou. O time da casa aumentou a pressão e acertou duas bolas na trave — uma com Marlos Moreno, outra com Hinestroza —, enquanto o São Paulo parecia acuado e inofensivo. André Silva, isolado no ataque, praticamente não tocou na bola. Hernán Crespo tentou mexer no jogo, colocando Rodriguinho no lugar de Alisson e Lucas no lugar de André Silva.
Mas aos 20 minutos, nova enrascada: Ferraresi errou o bote e derrubou um atacante adversário dentro da área. Outro pênalti. E outra vez Cardona contra Rafael. O goleiro tricolor, que havia provocado o colombiano a repetir o lado, caiu bem e defendeu. Sorte, ousadia e competência na medida certa.
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Com tantos sustos e dificuldades, especialmente na criação ofensiva, o empate foi quase uma vitória. Até porque o Atlético Nacional, que se classificou num grupo com Bahia e Internacional, ainda não venceu fora de casa nesta Libertadores. É uma estatística que joga a favor do São Paulo e que deixa o Morumbis, na semana que vem, com cheiro de decisão e vantagem tricolor.
