The Football lamenta a morte do jornalista Acaz Fellegger nesta sexta-feira, dia 5 de setembro de 2025. Acaz tinha 59 anos. Eu, particularmente, perdi um amigo de longa data, dos tempos de setorista do Palmeiras na primeira passagem do técnico Felipão pelo clube, quando ele ganhou a primeira Libertadores, em 1999. Acaz era uma referência na comunicação do futebol, ora como assessor de jogador, ora como assessor de entidades. Fazia o seu trabalho como achava que deveria fazer. Também foi repórter de rádio e TV, mas descobriu cedo o caminho da assessoria no futebol e “inventou” uma profissão à beira do gramado, nos treinos e jogos. Tenho comigo que foi o Acaz que inventou a “assistência” nas estatísticas. Sempre disse isso a ele. Era um pitbull no trabalho de organização. Gostava de tudo no seu devido lugar.
Vou sentir falta de nossas conversas semanais dos últimos meses e anos. Ele sempre tinha uma pautinha para “vender”. Tentava emplacar os mais variados assuntos de seus clientes. E as conversas sempre caminhavam para o jornalismo e os seus pilares. Acaz era dono da agência Fellegger und Fellegger – Assessoria de Imprensa e Arquivo de Futebol, especializada na gestão de imagem de atletas e técnicos.

Acaz tinha clientes de peso, como Daniel Alves, Hulk e Alex, além de nomes consagrados do passado, a exemplo de Roque Júnior e Juninho Paulista. Mas foi ao lado de Felipão que ele talvez tenha feito o seu melhor trabalho. Eram amigos, acima de tudo. Eram parecidos no jeito. Havia respeito na parceria, que virou muito mais do que apenas um trabalho. “Felipão não fala com o Uol”, era uma brincadeira que fazíamos tentando imitar o Acaz. Ele ficava bravo com algumas reportagens, mas entendia o trabalho de todos nós e o lado de cada um na história. Tinha amigos e alguns desafetos momentâneos. Jamais inimigos.
Entrevista com Cristiano Ronaldo
Quando Felipão era técnico de Portugal, Acaz me ofereceu uma entrevista com ninguém menos do que Cristiano Ronaldo. “Caramba, Acaz! Claro que quero”, disse para ele sem esconder o entusiasmo. “Mas tem de fazer no meu escritório”, emendou. “Topo”. E assim entrevistei CR7 por telefone da Fellegger und Fellegger. Mais de meia hora de conversa.
Nas coberturas da Copa do Mundo de 2014, quando Felipão e Parreira comandaram a seleção, Acaz também foi nosso companheiro de cobertura. Nas noites geladas em Teresópolis, ele nos acompanhava nos jantares e nas cervejas. Estava “do outro lado”, mas sempre foi um de “nós”. Ele gostava da nossa turma do Jornal da Tarde. Tinha respeito pela equipe comandada pelo Prósperi, de quem também foi um grande amigo. Ele nunca se distanciou da gente. Nem nós dele. Portanto, havia, sim, uma linha imaginária nas funções e no trabalho entre a gente. Mas sabíamos respeitar isso.
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Vou sentir saudades das nossas conversas, muitas vezes para dizer nada, sem interesse jornalístico ou com pautas que não vingavam. Acaz deixa muitos amigos. The Football também se valeu do seu trabalho neste ano de existência e agradece de coração a atenção que ele nos deu nesse curto período juntos. Sua morte aconteceu em decorrência de um câncer. Ele deixa a mulher, Patrícia, e a filha, Maria Clara, de 16 anos.





