Abel não se ilude com a liderança do Palmeiras no Brasileirão, tampouco com os três pontos de vantagem para o Flamengo. Também não quer saber de tapinhas nas costas e de elogios ao seu trabalho. O treinador continua com os pés no chão, professoral e rancoroso. Sempre que pode, gasta minutos falando do seu jeito de pensar e de sua conduta no futebol brasileiro. Adora passar lições. Mas também não perde oportunidades de se vingar dos críticos.
Abel não suporta ser contrariado ou cobrado. Ele nunca disse ser o melhor treinador do Brasil, mas fala como se fosse, incapaz de errar ou de viver fases ruins. Quando o time vai mal, jamais é por sua responsabilidade ou decisão. Mas é também. O Palmeiras passou por momentos difíceis antes e depois do Mundial de Clubes da Fifa.

Com palavras e declarações soltas em suas recentes entrevistas, Abel vai admitindo os momentos mais duros desta temporada. Ele jamais se mostra fraco diante das câmeras. Nem quer que o seu elenco aja dessa maneira. Embora fale muitas coisas que nos fazem refletir, Abel guarda mágoas enraizadas em seu coração e desenvolve esse mesmo sentimento nos jogadores, o que não é certo.
Abel é do conflito
Ele prega o conflito porque é assim que se move. Isso o alimenta e o faz mais forte e com mais objetivos em suas preleções. Não é um caminho novo. Felipão já fazia isso. Dunga sempre fez. Abel melhorou em relação aos cartões amarelos e expulsões. Já é um avanço. Ele jamais vai entender as cobranças após a eliminação do Palmeiras na Copa do Brasil diante do Corinthians. Mas havia motivos para as cobranças.
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Esse jeitão bélico e rancoroso em nada muda suas glórias e competência. Ele se comporta dessa forma de caso pensado. Não será lembrado pelas provocações, tampouco pela agressividade de que se vale para dar recados e criticar a todos que não são do Palmeiras. Neste sábado, ao menos, ele se rendeu à Mancha Verde, ao apoio da torcida organizada, mas sem deixar de dar uma cutucadinha nos momentos de críticas.
O que eu digo é para ter atenção aos elogios. São impostores. Agora vão começar a dizer que o Palmeiras é isso… lembra o que disseram a cada um de nós quando perdemos para o Corinthians? O caminho é o mesmo.
ABEL FERREIRA
Legado maior que as conquistas
Abel será lembrado pelas conquistas, pelas ideias, pelos anos seguidos à frente do Palmeiras, pelo carinho do torcedor, pela revelação de jogadores e por tudo o que fez no clube. Seu contrato deve ser renovado. A presidente Leila Pereira parou de falar disso e não mostra mais preocupações, o que indica o acerto faltando dois meses para o fim do ano. Abel é competitivo e seu maior legado ao Palmeiras e ao futebol brasileiro já está construído e não são os títulos, mas o fato de os seus jogadores jamais desistirem de um jogo. O Palmeiras não perde a concentração nem joga o boné. Esse é o legado do técnico português.
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