O Palmeiras já está em Buenos Aires para a partida desta quarta-feira contra o River Plate. É jogo de ida das quartas de final da Libertadores. A intimidação dos argentinos já começou. O Monumental de Nuñez terá 85 mil torcedores. Abel tem todos os jogadores à disposição. O treinador português passou a semana atrás de um plano para voltar vivo de Buenos Aires a fim de decidir a classificação no Allianz Parque na próxima semana.
Acompanhei a campanha do primeiro título do Palmeiras na Libertadores. Fui a todos os jogos como setorista. Era 1999. Felipão dizia para os repórteres que derrota por um gol de diferença era um “bom” resultado fora de casa na competição. Ele sabia que o seu time tinha condições de resolver no Palestra Itália. Aquele Palmeiras, patrocinado pela Parmalat, fez história com jogadores como Marcos, Zinho, Paulo Nunes, César Sampaio, Alex, Evair, Roque Júnior…

Abel sempre teve Felipão como referência, até mesmo na sua disposição de alimentar confusão com os jornalistas ou criar algum fato para incendiar o seu time em jogos decisivos. São parecidos. Falam o que pensam e gostam de uma confusão. Entendem que o atrito faz parte do futebol. E que é preciso usar todas as armas para ganhar um jogo.
Palmeiras deve mudar o jeito de jogar
O Palmeiras de Abel tem jogado da mesma forma dentro e fora do Allianz. O time pressiona a saída de bola, adianta a sua marcação e tenta empurrar o adversário para o seu campo de defesa. A pressão é sufocante. Mas duvido que seja dessa forma contra o River Plate em Buenos Aires.
Abel já está há muito tempo na América do Sul para saber que a vaga na Libertadores será ganha em sua casa, diante de sua torcida, com intensidade e os gols necessários. Aquela história dos 190 minutos… Nem sempre é assim, mas costuma ser. Libertadores não é Brasileirão, muito menos Copa do Brasil.

Uma das opções de Abel é fechar o meio de campo e fortalecer a defesa. Isso quer dizer que ele poderá se valer de jogadores diferentes em relação aos últimos jogos. Por exemplo, na lateral-direita ele pode usar Giay, que marca melhor do que Kellven e é mais duro em campo. Piquerez, que sempre aparece como opção de saída pela esquerda, deve se segurar um pouco mais no setor. Avançar melhor.
Andreas, Evangelista e Aníbal?
Andreas Pereira deveria roubar a vaga de Lucas Evangelista, afinal, eles brigam por posição. Mas os dois podem jogar contra o River e ainda ter a companhia de Aníbal Moreno. Desta forma, o Palmeiras teria três jogadores de marcação e dois de saída de bola. Felipe Anderson, que vem de uma sequência boa pelo lado esquerdo e centralizado, pode dar lugar para Maurício, que é mais veloz e se aproxima com facilidade de Vitor Roque e Flaco López. O atacante argentino também deverá dar alguns passos para trás e deixar o Tigrinho isolado na frente, correndo de um lado para o outro fazendo pressão.
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De modo que existe a possibilidade de Abel travar o jogo, o do Palmeiras, mas principalmente o do River Plate, “esfriar” o calor de sua torcida e deixar o tempo correr no Monumental de Nuñez. A Libertadores tem dessas coisas: malandragem e uma leitura correta da partida. O Palmeiras é melhor do que o River. Mas isso não quer dizer nada nesse duelo. O River sabe disso.