A CBF precisa mandar alguns recados sobre a pressão que a arbitragem começa a sofrer na temporada. Sua cúpula está na Coreia do Sul com a seleção brasileira. Essa pressão está diretamente ligada ao título do Brasileirão e ela parte dos representantes dos dois principais candidatos: Palmeiras e Flamengo, agora nesta ordem porque o time paulista assumiu a liderança da competição.

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Toda a pressão tem resultado no futebol brasileiro. É ingenuidade pensar o contrário. Há clubes mais fortes e mais fracos nos bastidores, assim como há presidentes mais fortes e menos fortes em suas reivindicações.

Samir Xaud, presidente da CBF, se vê nesse foco cruzados de Flamengo e Palmeiras sobre a lisura do Brasileirão / CBF

Palmeiras e Flamengo representam o que há de mais forte no futebol brasileiro neste ano em todos os segmentos, de elenco, passando pelo financeiro até chegar aos bastidores da da CBF. Já há uma disputa acirrada e declarada sobre o dinheiro não pago da Libra. Não seria demais imaginar que Samir Xaud, presidente da CBF, está muito mais alinhado com Leila Pereira do que com Luiz Fernando Baptista, o Bap. Mas não se pode jamais subestimar o peso do clube do Rio. São instituições que lutam pelos seus direitos e não se conformam em perder nos bastidores.

Rivalidade de clubes ardilosos

Portanto, o que se vê com as brigas de interpretações e declarações dos vários lados sobre a arbitragem, incluindo São Paulo e Grêmio, dois dos clubes feridos pela arbitragem na rodada do fim de semana, nada mais é do que o pontapé inicial para a reta final da competição nacional, em que todo detalhe pode fazer diferença para o campeão e também para o segundo colocado. O Cruzeiro, em terceiro lugar na tabela, ainda é um filhote nesse ninho de cobras. Não há santos entre Palmeiras e Flamengo. E vejo o Palmeiras muito mais ardiloso do que a nova diretoria do Flamengo.

Leila Pereira, presidente do Palmeiras: está no cargo há quatro anos e desvendou os caminhos do futebol / Palmeiras

O Palmeiras usa o episódio da péssima arbitragem contra o São Paulo no clássico de domingo para mandar recados ao diretor de futebol do Flamengo, José Boto, que começa a fazer insinuações sobre a lisura do campeonato e da arbitragem, como, aliás, fez John Textor, do Botafogo, em anos anteriores. De um lado, a narrativa é que estão fazendo tempestade em copo d’água. “Querem instaurar o caos”, aponta nota do Palmeiras. Do outro lado é que a tempestade existe e é preciso ficar de olho nela. “Não estou acusando ninguém, mas isso não cheira bem”, disse Boto.

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Daí a necessidade de a CBF se posicionar e falar grosso para manter ordem na casa e a lisura do Brasileirão e, assim, garantir que, apesar dos erros e das consequências desses erros da arbitragem, não há má fé nem trambique na disputa. O presidente do São Paulo, Julio Casares, já disse que o campeonato está “manchado”.

Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo: novo no cargo de um clube forte nos bastidores da CBF / Flamengo

A CBF tem de garantir que o campeão do Brasileirão seja um time legítimo, que ganhou o torneio no campo e não nos bastidores. Isso parece óbvio, mas não é, sobretudo pelas discussões “esquisitas” desta semana. A CBF precisa apagar esse incêndio antes que ele se alastre. O que está em jogo a partir de agora é a idoneidade desta edição do Brasileirão, uma das mais acirradas e “espanholizada” do futebol brasileiro. Virou questão de honra para Palmeiras e Flamengo, com todo o seu poderio financeiro e de elenco, ganharem o Brasileirão. Mas que seja dentro de campo, com boas jogadas e gols.

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