O Flamengo começou sua caminhada no Mundial de Clubes com a tranquilidade de quem sabe que está no torneio para mais do que cumprir tabela. A vitória por 2 a 0 sobre o frágil Espérance, da Tunísia, foi construída sem pressa, sem esforço e sem sustos — como se o time estivesse apenas aquecendo o motor para desafios maiores. Em muitos momentos da partida desta segunda-feira, na Filadélfia, parecia um treino de luxo.
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O início foi um belo cartão de visita de uma equipe que chega forte aos Estados Unidos. Foram vinte minutos de domínio absoluto, como se o rubro-negro tivesse entrado em campo com a missão de mostrar que essa camisa tem peso. A bola rodava de pé em pé com uma fluidez ensaiada, e o rival tunisiano, acuado e limitado, assistia sem poder de reação. Na roda armada pelos cariocas, a se lamentar apenas a postura do árbitro, que ignorou o excesso de faltas do adversário.
O gol não demorou a sair. Aos 17, Arrascaeta, sempre ele, aproveitou uma bola viva na área depois de pivô de Luiz Araújo e finalizou com a calma de quem sabe o que fazer quando a oportunidade aparece. O 1 a 0 parecia o caminho livre para uma goleada.
Agora é contra o Chelsea
Mas a partir dali, o Flamengo tirou o pé. Sabia que o Espérance não ofereceria ameaça alguma. Sabia, acima de tudo, que o verdadeiro jogo é outro — está marcado para a próxima rodada, contra o Chelsea. Esse sim, um confronto que deve definir quem lidera o grupo e, consequentemente, quem escapa de um cruzamento quase certo com o Bayern de Munique logo nas oitavas.
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Numa chave em que duas potências dividem espaço com dois coadjuvantes, o Flamengo mostrou maturidade ao administrar o resultado. Com a bola nos pés e o jogo nas mãos, o time só acelerou quando quis. No segundo tempo, com várias alterações, chegou a permitir algumas investidas tímidas dos tunisianos, mas logo restabeleceu a ordem. E selou a vitória com um belo chute colocado de Luiz Araújo, mostrando que a qualidade individual pode resolver até em ritmo de treino.
Foi a nona partida de invencibilidade sob o comando de Filipe Luís. São cinco vitórias seguidas, sete jogos sem sofrer gols e um senso de organização cada vez mais claro. O Flamengo parece ter entendido que, em torneio curto, segurança e eficiência valem mais do que brilho constante. E ao estrear como quem se poupa para as batalhas reais, deixou um recado: está maduro, está pronto e não veio ao Mundial da Fifa só para fazer figuração.
