Na semana passada, o pai de Neymar bateu no peito e colocou o Santos contra a parede ao dizer que o clube da Vila Belmiro teria de resolver se tem ou não condições de ficar com Neymar. Referia-se unicamente a pagar mais ao atleta. O jogador ganha R$ 21 milhões, segundo o Uol, por mês e pede mais para assinar por um ano.
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Neymar pai disse também que o seu filho tem mercado. Uma semana depois, a edição mexicana do jornal espanhol Marca informa que o Pachuca, do México, tem interesse em contratar Neymar para o Mundial de Clubes da Fifa, que começa em dez dias. O Pachuca está no Grupo H, com Real Madrid, Al-Hilal (ex-time do atacante brasileiro) e Salzburg. Talvez consiga se classificar para as oitavas.
O fato é que Neymar está virando um Ronaldinho Gaúcho, um ex-jogador em atividade que abandonou o futebol aos poucos depois de passar a assinar contratos curtos, sem muito compromisso, e com uma pegada mais de exposição do que futebol competitivo. Não há nada contra isso na carreira de um jogador-estrela, daqueles que encantam o torcedor do mundo inteiro só de entrar em campo. Messi, talvez, faça o mesmo nos Estados Unidos, com a diferença de ter sido campeão do mundo em 2022.
Menos treinos e mais liberdade
Neymar segue os passos de Ronaldinho, dois talentos acima da média, que encantaram o planeta e que se recusam a abandonar a carreira. Cientes de que não conseguem mais competir em alto nível, como o técnico português Jorge Jesus disse de Neymar no Al-Hilal e como se provou no Santos, eles passam a ser uma espécie de atração circense nos gramados. O modus operandis é o mesmo: treinam pouco, há muita liberdade em seus contratos, jogam menos ainda e aparecem para festejar com o time em grandes momentos, chamando a atenção e distribuindo sorrisos e simpatia. Não há nada de errado nisso, repito.
Certa feita, resolve ver Ronaldinho numa dessas aventuras de uma marca patrocinadora em São Paulo, o que Neymar deverá fazer também com mais frequência, embora já faça. E constatei que Ronaldinho era feliz. Ele tinha de entrar no palco, fazer algumas graças com a bola nos pés, sorrir, sortear um felizardo da plateia para ganhar um prêmio e ir embora. Era pago para isso. Todos tirariam fotos com o craque campeão do mundo e o evento seria apontado como um sucesso pelos organizadores. Neymar caminha para isso.
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O Marca destaca que a contratação de Neymar seria um acerto esportivo, mas também uma pataca de marketing para novos patrocinadores. O clube mexicano diz que não abriu negociação com Neymar, apesar de confirmar o interesse. Seria um contrato curto, portanto. O Mundial de Clubes tem duração de um mês. Neymar tem vínculo com o Santos até o dia 30 de junho, mas não joga mais pelo time porque foi expulso na rodada anterior a sua despedida. O Santos deve renovar com Neymar até a Copa do Mundo. Tudo estava acertado antes de mudanças na diretoria.
