Por Paulo Vinícius Coelho
O Brasil abriu vitória por 2 a 0 sobre o Japão e levou 3 a 2. Nunca antes em 111 anos de história, a seleção havia sofrido uma virada assim. Levou 4 a 2 da Hungria, 3 a 2 da Itália, mas nunca de virada, depois de abrir 2 a 0. Ah, sim, já levou virada de 3 a 1 para 4 a 3, por exemplo, na semifinal da Olimpíada de 1996. “Olha o Kanu, ele é perigoso… Acabou!” Narrou assim Galvão Bueno. Não era seleção principal, mas olímpica.
Sim, e mesmo isso ficou na memória a ponto de ir buscar se não tinha mesmo acontecido o 2 a 0 virar 3 a 2. A primeira derrota para o Japão, a primeira virada de 2 a 0 para 2 a 3, a primeira derrota na Ásia desde 1999… Foram tantas primeiras vezes nos últimos tempos. O Brasil nunca tinha sido derrotado por um adversário africano em Copas do Mundo. Caiu por 1 a 0 para Camarões. Só tinha uma derrota para os rivais da África em todos os tempos. Perdeu três vezes entre 2022 e 2023: para camaroneses, senegaleses e marroquinos.

Nunca tinha perdido um jogo das Eliminatórias em casa. Caiu no Maracanã diante da Argentina. Nunca tinha tido um técnico estrangeiro em jogo oficial. Aconteceu com Ancelotti. E perdeu duas vezes em seis jogos.
Jamais havia sido derrotado pelo Japão
Não é a primeira vez que acontecem tantas primeiras vezes. Nos sete anos anteriores à conquista do tetra, em 1994, o Brasil nunca tinha perdido nas Eliminatórias. Perdeu para a Bolívia. Nunca tinha levado uma goleada em Copas Américas. Levou 4 a 0 do Chile. Jamais havia sido derrotado pela Dinamarca. Levou de 4 a 0 também. Nunca tinha passado oito jogos sem vitórias. Passou nos primeiros jogos sob o comando de Paulo Roberto Falcão, somados à derrota para a Argentina, na Copa de 1990.
Antes do penta, jamais havia sido derrotado pelos Estados Unidos. Foi em 1999. Mas nunca por Honduras. Perdeu na Copa América de 2001. Jamais havia feito campanha tão ruim em Eliminatórias. Fez na Copa do Mundo de 2002.
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O Brasil tem coisas que só acontecem com o Brasil. Por exemplo, gente repetir que ninguém mais liga para a seleção. Até perder para o Japão e levar a virada de 0 a 2 para 2 a 3. Alguém criticou a seleção masculina de vôlei em rede nacional por fazer sua pior campanha na história dos Mundiais? Silêncio dos que não prestam atenção. O Brasil ainda é o país do futebol. É por isso que precisa trabalhar muito para tentar fazer uma grande Copa do Mundo em 2026.