O São Paulo desperta nesta sexta-feira com um gosto amargo que não passa. Mais uma vez, a Libertadores termina cedo demais e deixa a sensação de ano perdido. A eliminação diante da LDU não surpreende apenas pelo resultado agregado, mas pela constatação incômoda de que o Tricolor nunca pareceu verdadeiramente capaz de sonhar com a virada.
A atmosfera do MorumBis na noite anterior foi de arrepiar: estádio lotado, torcida em festa, aquela aura de Libertadores que só o São Paulo sabe recriar. Mas tudo isso serviu apenas de moldura para uma atuação frustrante. O time de Hernán Crespo foi desequilibrado, previsível e, sobretudo, incapaz de transformar posse de bola em pressão real. Faltou o ingrediente básico de uma noite épica: intensidade.
É inevitável que o debate recaia sobre o treinador. Crespo insiste no sistema com três zagueiros, apostou em Rigoni improvisado pela ala direita e demorou a corrigir escolhas que se mostraram equivocadas desde o início. É verdade que Calleri, Lucas, Oscar e Marcos Antônio fariam diferença em qualquer contexto, mas nem mesmo o desfalque coletivo explica a ausência de protagonismo em um jogo dessa dimensão.
Um alerta para 2026
A eliminação, portanto, não é apenas um tropeço: é mais um alerta de que 2025 já terminou para o São Paulo. Restam partidas no Brasileirão que pouco mudam a paisagem, e o que se impõe é a necessidade de pensar 2026 com outro tipo de planejamento. Hoje, o torcedor vê um time que não condiz com a sua própria história na competição mais desejada.
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O “day after” é cruel porque expõe verdades sem anestesia. O São Paulo não conseguiu encarnar o espírito que tantas vezes o levou ao topo do continente. E, enquanto a diretoria não assumir um projeto sólido de reconstrução, a Libertadores seguirá sendo um palco de frustração em vez de conquista.
