Com um primeiro tempo perfeito, que fez até alguns saudosistas lembrarem dos anos de Pelé tamanha a superioridade, o Santos derrotou o Corinthians por 3 a 1 na noite desta quarta-feira na Vila Belmiro. O resultado põe fim a um período de quatro anos em que o Peixe não ganhava do Timão e renova a esperança do time praiano de se livrar de vez do rebaixamento. O Santos continua na boca da Z-4, mas agora com 31 pontos.
Um gol aos 3 minutos, marcado por Zé Rafael após cobrança de escanteio, determinou o andamento da partida. Ou melhor, do baile! Sim, o Santos amassou o Corinthians na primeira etapa e mostrou que aproveitou melhor o tempo dedicado aos treinamentos na parada provocada pela data Fifa. Parecia clássico de um time só. O Santos. Mais bem organizado, com alta intensidade no um contra um, muito agudo nas jogadas pelas laterais.

O Corinthians fez o papel de um sparring. Só apanhando, apanhando e sem nenhum poder de reação. Assustado. Acuado. Sem saber o que fazer. A razão de tanto desequilíbrio é simples e evidente – e custa a acreditar que ninguém da comissão técnica corintiana tenha se dado conta disso.
Corinthians jogou um “amistoso”
O Corinthians não tem meio-campo. É um bloco na defesa e dois atacantes isolados. E três volantes que não sabem jogar com a bola. Um desespero. Voyvoda matou a subida dos laterais, com Barreal e Guilherme bem abertos. Além disso, uma outra diferença fundamental foi o espírito das equipes. O Santos entrou para uma decisão. O Corinthians entrou num clima ideal para um amistoso. Ou um coletivo de titulares contra reservas. Estavam em diferentes rotações.
Outra diferença na Vila: o empenho na marcação. Os jogadores do Santos se dedicaram ao extremo para impedir as jogadas do adversário, chegando junto em todas as divididas e reduzindo os espaços. Já o Corinthians fez aquela marcação tipo Wifi, a distância, só cercando o rival. Rollheiser aproveitou a gentileza e tomou conta do jogo. Enfiou o Corinthians no bolso e ditou o ritmo como um tango de batida frenética. Era o que faltava para completar o baile.
Memphis e Garro no banco
Com tanto espaço, o segundo gol era questão de tempo. E aos 38 minutos ele veio num chute maravilhoso de Barreal, no ângulo direito de Felipe Longo. No segundo tempo, a torcida corintiana esperava uma reação com a entrada de Memphis e Garro. Mas vai entender a cabeça do técnico corintiano. Dorival Júnior passou os últimos cinco meses lamentando que não podia contar com seu “trio mágico”, mas quando a oportunidade apareceu, seu filho, que estava no comando, preferiu deixar os dois no banco até os 25 minutos do segundo tempo, quando a vaca já tinha ido para o brejo.
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Isso porque, logo no início do segundo tempo, o Santos já tinha feito o terceiro, com Rollheiser batendo pênalti. O Corinthians achou um gol três minutos depois, com Raniele de cabeça, mas já era tarde. O baile já tinha acabado.