Apesar das aparências, o sonho do tetra na Libertadores ainda não ruiu. Mas o Palmeiras vai ter de jogar como Palmeiras na semana que vem se quiser remontar a trágica derrota por 3 a 0 para a LDU na noite desta quinta-feira, em Quito. O resultado é devastador e inesperado. Em quase 60 jogos na história da competição, o Palmeiras só havia perdido duas vezes por diferença superior a dois gols. Além disso, o time de Abel Ferreira vinha de 25 partidas de invencibilidade contra adversários estrangeiros no torneio.

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A esperança de virada só existe porque o Palmeiras já fez epopeias tão ou mais difíceis na era Abel. E o que dá uma dose a mais de fé é a certeza de que, por pior que seja o cenário, dificilmente o time voltará a jogar tão mal quanto jogou em Quito. Obviamente, não se pode ignorar os méritos da LDU. O time equatoriano, dirigido pelo brasileiro Tiago Nunes, soube explorar todas as suas armas com inteligência e coragem. Foi uma atuação quase perfeita. Com velocidade pelos lados e transições letais, os equatorianos desmontaram o sistema defensivo palmeirense, especialmente nas costas dos laterais. Alzugaray, Bryan Ramírez, Quiñónez e Villamil — o nome do jogo — formaram uma engrenagem precisa e impiedosa.

Abel não tem forças para arrumar o Palmeiras em Quito: derrota por 3 a 0 e vaga na Libertadores bem longe / Palmeiras

O primeiro tempo foi um pesadelo. Aos 15 minutos, Villamil abriu o placar aproveitando cruzamento rasteiro. Aos 24, Andreas Pereira cometeu pênalti sem querer meter a mão na bola, e Alzugaray ampliou. Quando o Palmeiras tentava reagir, veio o terceiro: novamente Villamil, aos 46, finalizando de primeira após cruzamento rasteiro que desviou em Khellven antes de entrar. Foram 48 minutos de total domínio da LDU. Se não fosse por Carlos Miguel, que fez dois milagres antes mesmo do primeiro gol, o placar poderia ter sido ainda mais cruel.

A culpa não é só da altitude

Não dá nem para usar a altitude como desculpa — o argumento clássico das derrotas brasileiras nas alturas. Não foi perna que faltou ao Palmeiras. Foi a alma daquele time que todos conhecemos. Faltou aquele espírito competitivo que marca o time nas grandes noites de Libertadores. Faltou o Palmeiras ser o Palmeiras. Simples assim.

Agora, o que resta é virar a página e acreditar. Em São Paulo, diante da torcida, o Verdão vai precisar de tudo o que o definiu ao longo dessa era vitoriosa: coragem, intensidade, pressão, repertório e, acima de tudo, fé. Como diz Abel, “cabeça fria e coração quente”. É disso que se trata a volta.

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Se o Palmeiras for capaz de reencontrar a sua essência, o Allianz Parque pode viver uma daquelas noites épicas que entram para a história. Porque se existe um clube capaz de renascer das cinzas, de transformar a frustração em força e o impossível em fato, esse clube é o Palmeiras. Afinal, não é o time da virada? Não é o time do amor? Então é hora de colocar o coração no bico da chuteira e acreditar no milagre.

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